Por Carlos Newton da Tribuna da Imprensa ...
sexta-feira, 22 de março de 2013 | 17:01 ...
Por 30 dinheiros…
Carlos Newton ....
É impressionante como ainda há quem se iluda com o ex-presidente Lula. Hoje, ele não é mais aquele metalúrgico pobre que lutou pela vida, sofreu muito, passou fome e necessidades, mas venceu e chegou à Presidência da República de um país importante como o Brasil – quinto do mundo em extensão territorial e número de habitantes, e sétima maior economia, praticamente empatado com a sexta, a britânica.
Se tivesse a compostura e a dignidade de um Nelson Mandela, Lula se tornaria um dos mais importantes políticos da História da Humanidade. Mas se deixou levar pela vaidade e pelas atrações que o Poder apresenta. Agora, não passa de um pastiche de si próprio, um boquirroto falastrão, que segue vendendo uma imagem que não mais corresponde à realidade.
Ao invés de lutar pelo povo, Lula se transformou num ridículo novo rico que hoje luta pelos interesses das grandes empreiteiras e dos maiores empresários, inclusive do setor financeiro. Se lutasse pelas pequenas e médias empresas, manteria intacta a biografia, mas fez uma definitiva opção pelas elites, e não tem o menor pudor de demonstrar essa condição.
HÓSPEDE DE LUXO
No Carnaval, teve a desfaçatez de ficar hospedado no condomínio dos milionários em Portogalo, Angra dos Reis, na casa do empresário José Seripieri Junior, dono da Qualicorp (maior administradora de benefícios na área de saúde). Foi com a mulher, Dona Marisa, um dos irmãos e alguns amigos, e sua diversão preferida era sair de lancha, conforme noticiaram as colunas sociais.
Agora, vem à tona a informação de que quase metade das viagens internacionais feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após deixar o governo foi bancada por grandes empreiteiras com interesses nos países que ele visitou na América Latina e na África, de acordo com documentos oficiais obtidos pela Folha.
A assessoria do ex-presidente diz que ele trabalha para promover “interesses da nação” e não das empresas que bancam suas atividades. Mas políticos e empresários familiarizados com as andanças de Lula disseram à Folha que ele ajudou a alavancar interesses de gigantes como Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht nesses lugares.
Um telegrama diplomático de novembro do ano passado, enviado ao Itamaraty pela embaixada do Brasil em Moçambique após uma visita de Lula, conforme o trabalho de assessoria de Lula, ao admitir que ele ajudou empresas brasileiras a vencer resistências locais ao “associar seu prestígio” a elas.
Desde 2011, Lula visitou 30 países, dos quais 20 ficam na África e América Latina. As empreiteiras pagaram 13 dessas viagens. Na última terça-feira, Lula iniciou novo giro africano, começando pela Nigéria, e patrocinado por Odebrecht, OAS e Camargo.
O Instituto Lula não informa os valores que recebe das empresas. Estimativas do mercado sugerem que uma palestra no exterior pode render a Lula R$ 300 mil, sem contar gastos com hospedagem, comida e transporte.
ITAMARATI CONFIRMA
Em novembro de 2012, Lula viajou para quatro países (África do Sul, Moçambique, Etiópia e Índia). Segundo nota divulgada pelo Instituto Lula na ocasião, o objetivo era a “cooperação em políticas públicas e ampliação das relações internacionais”, mas o telegrama da embaixada brasileira deixa claro que o assunto da viagem era outro.
As duas primeiras paradas foram pagas pela Camargo Corrêa. Em Moçambique, a empresa participou das obras de uma mina de carvão explorada pela Vale, que meses antes fora alvo de protestos de centenas de famílias removidas pelo empreendimento.
Segundo o telegrama da embaixada brasileira que relatou ao Itamaraty a visita de Lula, o ex-presidente contribuiu para reduzir resistências que as empresas brasileiras enfrentam em Moçambique.
“Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira”, escreveu a embaixadora Lígia Scherer.
AJUDANDO A OAS…
Em agosto de 2011, Lula começou um tour latino-americano pela Bolívia, onde chegou “com sua comitiva em avião privado da OAS”, como anotou o embaixador Marcel Biato em telegrama.
O primeiro compromisso foi um encontro com o presidente Evo Morales. Na época, protestos impediam a OAS de tocar uma rodovia de US$ 415 milhões. Foi um dos temas da conversa, dizem empresários da Bolívia que pedem sigilo.
La Paz cancelou o contrato, mas deu US$ 9,8 milhões como compensação à OAS. Da Bolívia, ainda bancado pela OAS, Lula viajou para a Costa Rica, onde a empresa disputava uma obra de US$ 57 milhões. A OAS foi preterida após a imprensa local questionar o papel de Lula. Mas após nove meses, a OAS ganhou a concessão da rodovia mais importante do país (negócio de US$ 500 milhões).
Trem Bala. O Governo do PT terá que investir os R$ 50 Bi do Trem Bala, pois os Empreiteiros só querem gastar em balas. Mas tem guardado presentes milionários para quem investir por eles. Tem funcionado assim, por que vai mudar?
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