Pois,
primeiro explico porque começo quase todas essas pseudo crônicas com "pois", ora pois porque é errado.
Comecemos com "A cigarra e a formiga" uns dizem de Esopo outros de La Fontaine.
Curta e grossa a formiga manda a cigarra dançar no inverno.
Vários finais foram modificados do original, temos um final em que a formiga acolhe a cigarra que a alegrou e divertiu, incentivando-a nos árduos dias de trabalho.
Temos um final meio socialista , que coloca a cigarra em diverso tele-jornais, como uma mártir do sistema socialista, e lhe concede finalmente um pensão vitalícia por perseguição política.
Temos um final prosaico em que a cigarra se torna uma grande artista e diz em tom provocador:
"Você está por fora,
Ultrapassada sofredora.
Hoje eu sou em videocassete
Uma reprodutora!
Chegado o inverno,
Continuarei cantando
– sem ir lá –
No Rio,
São Paulo
Ou Ceará.
Rica!
E você continuará aqui
Comendo bolo de titica.
O que você ganha num ano
Eu ganho num instante
Cantando a Coca,
O sabãozão gigante,
O edifício novo
E o desodorante.
E posso viver com calmaPois canto só pra multinacionalma".
"fonte Millôr Fernandes/ 2009"
Até James Joyce deu uma alfinetada na fábula com sua obra "Finnegans Wake" que reconta a história dos gêmeos Shem e Shawn ou seria Caim e Abel.
Eu gostaria de dizer que apesar de todos os finais , tudo se resume a eterna batalha do bem contra o mal, de deuses e demônios, como se demônios não fossem deuses e deuses não tivessem condições de destruírem demônios.
Chegamos ao filme, ao livro "A escolha de Sofia" outra paródia do bem contra o mal, onde obriga-se o bem a escolher o mal de qualquer maneira, como se uma mãe pudesse escolher entre o seu Caim e o seu Abel.
Se a mãe fosse um animal escolheria o mais forte e vigoroso para manter sua espécie, sem opção de oferecer-se em sacrifício, essa mãe humana e sensível sempre optará pelo mais frágil, mais necessitado.
Sendo racional, defronte a morte inexistem mais necessitados e mais fortes é ilógico tentar descrever quem sofrerá menos.
Assim quero encerrar a minha fábula escrevendo sobre governos e povos, perguntando quem seriam as cigarras ou as formigas, os governos ou os povos?
Num país decadente seu povo são as formigas e seus governantes as cigarras, num país decente não haveriam cigarras, seriam todos formigas trabalhando no bem comum, num país de merda todos seriam cigarras, escravizando as poucas formigas fazendo-as de Sofia, sem escolhas lógicas, apenas tendo como luz no fim do túnel escolher quem deve morrer, Caim, Abel ou Sofia.
Bom dia...
primeiro explico porque começo quase todas essas pseudo crônicas com "pois", ora pois porque é errado.
Comecemos com "A cigarra e a formiga" uns dizem de Esopo outros de La Fontaine.
Curta e grossa a formiga manda a cigarra dançar no inverno.
Vários finais foram modificados do original, temos um final em que a formiga acolhe a cigarra que a alegrou e divertiu, incentivando-a nos árduos dias de trabalho.
Temos um final meio socialista , que coloca a cigarra em diverso tele-jornais, como uma mártir do sistema socialista, e lhe concede finalmente um pensão vitalícia por perseguição política.
Temos um final prosaico em que a cigarra se torna uma grande artista e diz em tom provocador:
"Você está por fora,
Ultrapassada sofredora.
Hoje eu sou em videocassete
Uma reprodutora!
Chegado o inverno,
Continuarei cantando
– sem ir lá –
No Rio,
São Paulo
Ou Ceará.
Rica!
E você continuará aqui
Comendo bolo de titica.
O que você ganha num ano
Eu ganho num instante
Cantando a Coca,
O sabãozão gigante,
O edifício novo
E o desodorante.
E posso viver com calmaPois canto só pra multinacionalma".
"fonte Millôr Fernandes/ 2009"
Até James Joyce deu uma alfinetada na fábula com sua obra "Finnegans Wake" que reconta a história dos gêmeos Shem e Shawn ou seria Caim e Abel.
Eu gostaria de dizer que apesar de todos os finais , tudo se resume a eterna batalha do bem contra o mal, de deuses e demônios, como se demônios não fossem deuses e deuses não tivessem condições de destruírem demônios.
Chegamos ao filme, ao livro "A escolha de Sofia" outra paródia do bem contra o mal, onde obriga-se o bem a escolher o mal de qualquer maneira, como se uma mãe pudesse escolher entre o seu Caim e o seu Abel.
Se a mãe fosse um animal escolheria o mais forte e vigoroso para manter sua espécie, sem opção de oferecer-se em sacrifício, essa mãe humana e sensível sempre optará pelo mais frágil, mais necessitado.
Sendo racional, defronte a morte inexistem mais necessitados e mais fortes é ilógico tentar descrever quem sofrerá menos.
Assim quero encerrar a minha fábula escrevendo sobre governos e povos, perguntando quem seriam as cigarras ou as formigas, os governos ou os povos?
Num país decadente seu povo são as formigas e seus governantes as cigarras, num país decente não haveriam cigarras, seriam todos formigas trabalhando no bem comum, num país de merda todos seriam cigarras, escravizando as poucas formigas fazendo-as de Sofia, sem escolhas lógicas, apenas tendo como luz no fim do túnel escolher quem deve morrer, Caim, Abel ou Sofia.
Bom dia...
Fábulas que deveriam serem mudadas
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