terça-feira, 31 de maio de 2011
BOMBA! Senador Requião do PMDB assina criação da CPI contra PALOCCI
sábado, 6 de novembro de 2010
Mal terminou as Eleições, PT já começa a achacar empresas.
05/11/2010
às 19:15Carta de tesoureiro do PT a empresários, em nome da “Presidente Dilma”, tem cara de achaque e de chantagem
Desculpo-me, claro, por ser um dos poucos a desafinar o coro dos contentes e falar de coisas que não remetam à “neo-Dilma”, a “Tchutchuca do Pós-Lulismo”, como se isso existisse. Desculpo-me por lembrar que o PT continua a ser PT. Vamos ver. Na campanha do primeiro turno, o tesoureiro do partido, José Filippi Jr., já mandava cartinhas para as empresas que tinham, digamos assim, um pé na brutalidade. E não é difícil entender por quê. À época, escrevi um post a respeito(Aqui). Leiam um trecho daquela carta:
“Em 2006. procurei sua empresa como coordenador financeiro da campanha de reeleição do presidente Lula. Naquele momento, sua empresa não aceitou o convite para contribuir com nossa campanha. De todo modo, acredito que ela tenha se beneficiado com os avanços conquistados pelo Brasil…”
Fillippi Jr. está de volta. Agora, ele precisa cobrir o rombo deixado pela campanha. Uma nova carta está sendo enviada. Depois de listar as conquistas do governo Lula, ele pede mais dinheiro. E fala em nome da presidente eleita:“Estou contatando o senhor e sua empresa em nome da Presidente Dilma Rousseff”. O homem cria até um novo conceito sociológico: a “cidadania corporativa”, que deve ser uma coisa meio parente do fascismo: “A participação de sua empresa nesta eleição, como estabelece a lei brasileira, será muito bem vinda. Buscamos nesta eleição ampliar o número de empresas engajadas nessa prática de cidadania corporativa.” Depois de deixar claro que o governo é excelente e que as empresas têm o dever cívico de participar, só resta apontar o caminho para a contribuição, dando-a como certa (abaixo, a imagem, que pode ser ampliada; no pé, a integra). Ainda sigo:
Imaginem isso numa república que se levasse a sério mesmo — não naquela em que Chico Buarque não pode perder um prêmio literário… Que o PT, jamais Dilma, expusesse as suas necessidades aos empresários, vá lá. Que listasse as conquistas do partido — NÃO AS DO GOVERNO — para convencer, muito bem! Mas o pedido de dinheiro “em nome da Presidente Dilma Rousseff” tem a cara indisfarçável do achaque e da chantagem. Trata-se de uma afronta ao espírito republicano. É o mesmo que advertir: “A presidente saberá quem colaborou e quem não colaborou”. Colaborou com o quê? Com a sua eleição? Não!!! Com aquele Brasil maravilhoso de que fala Filippi Jr., claro! UMA PRESIDENTE DA REPÚBLICA, AINDA QUE APENAS A ELEITA, NÃO PEDE DINHEIRO JAMAIS NEM USA CONQUISTAS DA SOCIEDADE COMO SE FOSSEM COISAS PRIVADAS, PERTENCENTES A UMA FACÇÃO OU PARTIDO.
Haverá algum protesto ou barulho? Ora, pensa-se no neojornalismo, “o que há de errado em uma autoridade pedir a empresários dinheiro para o seu partido, empresários que podem vir a ser beneficiados ou prejudicados a depender das decisões do governo? Isso é normal! Tão normal quanto roubar o Prêmio Jabuti”.
Segue a íntegra da “carta”. No pé do post, imagem da carta enviada no primeiro turno.
Brasília, 04 de Novembro de 2010.
Prezad (…)
Dilma Rousseff foi eleita Presidente da República, a primeira mulher na história do Brasil. Sua vitória representa uma opção dos eleitores pela continuidade do governo Lula, que criou 14 milhões de novos empregos formais, tirou 28 milhões de pessoas da pobreza e promoveu a ascensão de 36 milhões para a classe média. O Brasil tem hoje destacada posição de liderança internacional e enfrentou com sucesso a grave crise de 2008.
Neste momento em que nos preparamos para uma nova etapa de desenvolvimento econômico e social do Brasil, estou contatando o senhor e sua empresa em nome da Presidente Dilma Rousseff. O segundo turno da campanha eleitoral gerou novas despesas especialmente, com materiais de divulgação, que estamos buscando saldar ainda neste mês de novembro, de acordo com as normas da arrecadação eleitoral. Muitos empresários brasileiros já contribuíram, optando por exercer esse direito facultado pela lei eleitoral, que deixa o financiamento das campanhas a cargo das empresas, principalmente, e dos cidadãos.
A participação de sua empresa nesta eleição, como estabelece a lei brasileira, será muito bem vinda. Buscamos nesta eleição ampliar o número de empresas engajadas nessa prática de cidadania corporativa. Dentro deste espírito, tenho prazer de convidar sua empresa a dar uma contribuição para a campanha de Dilma Rousseff. A doação deve ser feita por meio de depósito (DOC ou TED), diretamente na conta da campanha. Mais informações e as instruções para depósito e emissão do recibo podem ser solicitadas por email ou por meio de contato com nosso Comitê Financeiro no telefone abaixo.
Obrigado e um abraço,
José de Filippi Jr., ex-prefeito de Diadema-SP, deputado federal eleito pelo PT-SP.
Coordenador financeiro da Campanha Dilma Presidente 2010.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/carta-de-tesoureiro-do-pt-a-empresarios-em-nome-da-%E2%80%9Cpresidente-dilma%E2%80%9D-tem-cara-de-achaque-e-de-chantagem/
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Mary Corner sabia muito sobre PALOCCI e o Governo LULA
O achaque de Mary Corner
A "empresária" cobra para não propagar
histórias de que suas meninas ajudavam
a pagar a políticos em Brasília
Fábio Portela e Juliana Linhares
Ana Ottoni/Folha Imagem |
A empresária Mary Corner: não seremos "os primeiros nem os últimos do mundo a extorquir" |
Quando o nome da empresária Jeany Mary Corner veio à tona, sua existência parecia um fato periférico entre as denúncias que desnudavam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Imaginava-se, na pior das hipóteses, que a divulgação de sua agenda de clientes causaria constrangimentos pessoais. Engano. Na época, Jeany tinha espalhado que ela e suas "recepcionistas" teriam testemunhado e até auxiliado a prática de atos de corrupção. Mas, em vez de denunciá-los, dedicou-se a vender seu silêncio. Em prestações. Sua primeira investida comercial deu-se entre setembro e outubro do ano passado e teve como alvo o Ministério da Fazenda. Jeany colocou pessoas de sua confiança em contato com um interlocutor de Ademirson Silva, assessor especial do ministro Antonio Palocci, e com Juscelino Dourado, seu ex-chefe-de-gabinete. Elas pediam dinheiro. Na ocasião, Jeany também abordou Rogério Buratti, ex-secretário de Palocci em Ribeirão Preto.
Um dos advogados de Jeany, Ismar Marcílio de Freitas Júnior, voltou à caça a pedido de sua cliente. Ele solicitou uma audiência com o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, usando, para isso, a ajuda de um amigo, o promotor paulista Ruy Pires Galvão. Quando desconfiou do assunto que seria tratado – pouco antes da audiência –, o ministro decidiu não encontrá-los pessoalmente. Delegou a tarefa a seu chefe-de-gabinete, Cláudio Demczuk Alencar. Em Brasília, Freitas Júnior e Galvão contaram que Jeany sabe de fatos gravíssimos e sugeriram que "seria interessante tirá-la de circulação até 2008" porque ela estaria prestes a dar entrevistas bombásticas sobre o assunto. Segundo eles, os fatos seriam os seguintes:
• Além de fornecer as recepcionistas que animavam as festas de uma mansão no Lago Sul de Brasília, alugada por ex-auxiliares de Palocci, Jeany também ajudou a turma de Ribeirão a pagar, em 2003, uma espécie de mensalão de 50.000 reais a políticos na capital federal. Oito deputados teriam recebido o dinheiro.
• O operador desse mensalão era Rogério Buratti.
• Para ajudar Buratti a operar o esquema, ela o apresentou aos doleiros de Brasília Fayed Antoine Traboulsi e Chico Gordo. Também permitiu que sua própria casa fosse usada para a divisão do dinheiro.
• Os valores eram divididos pelas "meninas" de Jeany seguindo instruções deixadas por escrito por Buratti. Depois de contado, o dinheiro era escondido dentro de revistas, colocadas em envelopes de papel.
• Algumas garotas de Jeany rodavam Brasília de carro entregando os envelopes. Quem guiava era Francisco, ex-motorista de Buratti. Em 2003, a operação repetiu-se cinco vezes.
• Jeany chegou a receber 50.000 reais para ficar quieta. O dinheiro teria sido entregue por Feres Sabino, ex-secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de Ribeirão Preto. Sabino nega ter sido o emissário, embora admita conhecer os advogados de Jeany. Há dois meses, VEJA recebeu a informação de que o pagamento teria sido intermediado por outro advogado: José Firmo Ferraz Filho, o mesmo que, há dezessete anos, protagonizou o Caso Lubeca, um dos primeiros escândalos de corrupção do PT.
Ana Araujo |
Mansão no Lago Sul: diversão e lobby da República de Ribeirão |
Jeany não diz quais canais usou para vender seu silêncio, mas admite a prática. Em janeiro, declarou ao jornal O Globo: "Fiquei no anonimato esse tempo todo. Fui muito digna. Diferentemente de outros que abriram a boca. Por isso, pedi ajuda. Isso é chantagem?". Para o senador Demostenes Torres, do DEM goiano, isso é chantagem, sim. "Já ouvi de duas fontes diferentes que ela, realmente, tentou extorquir o ministro Palocci. Resta saber se o pagamento foi concluído." Em conversa com a reportagem de VEJA, Jeany diz que não levou dinheiro, mas adiantou que, quando esteve no programa de proteção a testemunhas, em setembro passado, relatou toda a história acima a policiais paulistas.
Ed Ferreira/AE |
Buratti: "Se ela pagava políticos, não era com o meu dinheiro" |
Buratti confirma que se aproximou de Jeany para aumentar sua lista de contatos em Brasília e diz que, depois que o escândalo do mensalão estourou, ela fez chegar a seus ouvidos a notícia de que enfrentava dificuldades financeiras e precisava de dinheiro para pagar advogados. Buratti nega ter distribuído um mensalão. "Se ela andou distribuindo dinheiro por Brasília, certamente não foi das minhas mãos que ele saiu. Sei que a Jeany tinha muitos clientes grandes, empreiteiras inclusive. Talvez ela esteja contando o milagre, mas trocando o nome do santo." O Ministério da Justiça limitou-se a confirmar a audiência com um advogado da empresária e seu amigo promotor. Ismar, ex-advogado de Jeany, diz ter ido a Brasília apenas para assegurar a proteção física de sua cliente.
As histórias de alcova de Jeany e suas meninas não têm relevância jornalística. Fazem parte da vida privada delas e de seus clientes. Mas se a empresária diz ter testemunhado atos de corrupção seu papel muda. Em especial quando essas histórias são usadas para tentar extorquir autoridades. Arrependida das revelações que fez, Jeany passou a negar que tenha recebido dinheiro de Palocci e tentou impedir, com ameaças desconexas, que VEJA publicasse a presente reportagem. Depois, em conversa também gravada, exaltou-se. Disse que seus assessores não serão "os primeiros nem os últimos do mundo a extorquir". É sempre bom lembrar que personagens inqualificáveis como Jeany Corner vieram à luz trazidas não pela imprensa ou pela oposição, mas pelos petistas e seus satélites. Nesses casos em que a mensagem fere não adianta muito culpar o mensageiro.