sexta-feira, 31 de julho de 2020

Já tinhamos a cura para o #COVID-19 e não sabíamos. Farsa ou Milagre?


Preparado por Carlos Parrini ... 

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Até tu Madonna?


Prezados: 

Quero chamar sua atençao para este assunto que está sendo polemico embora nao seja nada polemico. Polemico porque resolveram politizá-lo e coloca-lo como uma farsa por ainda nao haver estudos cientificos. Mas o que se tem de verdade a respeito disso? 

Acompanhe todo essa excelente matéria que envolve ciência, cura, política, geopolítica, psicologia de massas e de grupos.  Tem muita ironia, deboches mas que trás muitas informaçoes e estatisticas. 
Vale apena ler até o fim e voce será convencido do desvendamento desse suposto milagre ainda nao descoberto pela ciencia.

Hidroxicloroquina: a narrativa de que não funciona é a maior farsa da história recente da humanidade

Para quem está aflito com a pandemia, com medo de morrer, perder familiares ou amigos, desde já, informo: sou portador de boas notícias.



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Por Filipe Rafaeli
“Eu não conheço Trump ou Bolsonarodisse Didier Raoult, professor de doenças infecciosas no IHU-Marselha, no dia 24 de junho, na Assembléia Nacional Francesa, quando prestou um depoimento para uma comissão especial.
Ali vi que o professor já começou a entender o buraco que se meteu e quem foram os responsáveis pela criação da primeira onda que fodeu com ele.
Essa onda, além de tudo, o colocou, por acaso, como uma peça importante no centro do tabuleiro de xadrez da mais feroz disputa geopolítica desde o fim da União Soviética.
Além da negação de conhecer Trump ou Bolsonaro, que chega a ser divertida, onde Raoult tentava se distanciar desses dois dementes, o infectologista relatou coisas graves: ele sofreu ameaças de morte logo após propor o tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquina e azitromicina, dois medicamentos baratos e genéricos.
O médico por trás das ameaças foi encontrado. É de um hospital universitário de Nantes. Por acaso, foi a pessoa que recebeu mais dinheiro de Gilead, uma grande indústria farmacêutica, nos últimos 6 anos.
Aqui me proponho a montar, peça por peça, o quebra-cabeças do que considero a maior farsa da história moderna. Não me preocupo em produzir um texto curto. Terá análises, inclusive inéditas, e por diversos pontos de vista.
Envolve ciência, cura, política, geopolítica, psicologia de massas e de grupos. Com o cenário montado, não está difícil prever coisas boas e ruins que vão acontecer nos próximos meses e anos.
Ao longo do texto, o leitor entenderá o mais importante: a circunstância de como essa falsa narrativa foi montada. O leitor também será instigado, por si só, a concluir se o tratamento proposto por Didier Raout funciona ou não funciona.
E também entenderá como a maioria da classe científica norteamericana, da América Latina e Europa, regiões do globo sob forte influência dos EUA, foi direcionada a um erro incrivelmente grosseiro.
Além dos fatos e números, que são acompanhados links externos, tudo que escrevo são minhas próprias opiniões, baseada nos fatos, em primeira pessoa, do meu ponto de vista, de como eu vejo o mundo ficando completamente insano bem em minha frente.
Não tenho nenhum medo em assinar meu nome ao publicá-lo, mesmo sabendo que a quase unanimidade dos cientistas brasileiros posicionam-se contra a aplicação desses medicamentos e repetem que "não há evidências científicas" do funcionamento.
E uma coisa tenho certeza que vai chamar a atenção. O fato de eu ter que dar exemplos com lógica incrivelmente básica, como se eu tivesse falando com crianças, para explicar os fatos. É necessário. A farsa foi tão longe que preciso de muitos exemplos e analogias para trazer a razão de volta.
Assinado, deixo à disposição para me cobrem, hoje ou no futuro, se minhas análises mostrarem-se incorretas, afinal, não é uma alegação simples ou leve.






Em fevereiro tem carnaval






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Da China e da Europa vinham notícias de grandes quantidades de mortos e de cidades inteiras bloqueadas, com pessoas em confinamento, evitando a transmissão do coronavírus.
Na rua de cima da minha casa, em Atibaia, interior de São Paulo, a 60 km da capital do estado, o carnaval acontecia.
Durante quatro dias, músicas altas entravam pela minha janela. Eu não fui para a festa, o que faço todos os anos. A palavra aglomeração já me incomodava.
Era o fim de fevereiro, pouco antes da OMS — Organização Mundial da Saúde, declarar que estávamos em uma pandemia global de proporções apocalípticas.
Preferi me adiantar e seguir a orientação dos cientistas antes das decisões governamentais. Fui o primeiro da cidade a aderir ao confinamento voluntário.
Alguns dias depois ainda fui em um bar. Avaliei que o risco era baixo. Em ambientes arejados, o risco é menor. Foi a última vez que fui em um. Era um bar aberto, algo normal em nosso clima tropical, onde metade o povo fica na rua e a outra metade dentro do estabelecimento.
Era a despedida de um amigo músico. Samba e jazz estavam no repertório. Ele já estava contratado para ir para a Austrália, onde embarcaria em um navio de turismo. Seria uma das atrações. Ele estava entusiasmado. Eu não quis desanimá-lo, mas estranhava a empresa ainda estar confiante, até aquele dia, que novas viagens sairiam, mesmo com a ocorrência do caso Diamond Princess, na costa do Japão.
Ali já não dei as mãos para cumprimentar ninguém. Fugia de contatos próximos, ficava sempre do lado de fora, e lavava minhas mãos constantemente. Deram risada e acharam estranho. Alguns me chamaram de paranóico.
Logo fiz uma previsão ruim: que todos os bares estariam vazios e fechados em pouco espaço de tempo. Decidi não sair mais. Não queria ficar incomodado com aglomerações. Também não queria ser motivo de piadas. Nossos governos estaduais e municipais ainda não haviam tomado atitudes contra o vírus.
Em casa, restava ler, acompanhar as notícias e publicações científicas que começavam a sair com frequência. Tenho uma mania, saudável ou não, de me aprofundar nas pesquisas, e ler os estudos, quando me interesso por algum assunto. Não gosto de ficar só esperando sair, uma ou outra notícia, de modo superficial, nas mídias de massa.
A mania de entrar em sites de pesquisas médicas para ler papers vinha de alguns anos antes. Em 2016 eu quebrei um osso em um acidente. Praticamente três meses deitado, com pouca mobilidade, sem beber, e com um IPAD na mão, li todos os estudos sobre a minha recuperação, a ponto de, em um papo, logo depois, com um ortopedista professor de uma importante faculdade de medicina, ele dizer que nunca viu um paciente saber tanto de seu problema. "Esse aqui estudou mais que meus alunos", brincou com um amigo.






Peça 1: surge a solução hidroxicloroquina

17 de março de 2020
O estudo correu a internet. Ele tinha esse gráfico impressionante. As pessoas que tomaram hidroxicloroquina com azitromicina, um antibiótico, tiveram uma recuperação espetacular e rápida.





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Gráfico do estudo.

Até o quinto dia, os seis pacientes que receberam a combinação já não tinham mais o vírus. A notícia era tão boa que fui pesquisar para saber de onde vinha.
As diferenças entre os outros dois braços, de controle e de quem apenas tomou hidroxicloroquina, era grande.
Eles nem esperaram finalizar. No sexto dia já soltaram esses dados preliminares.
Diversos cientistas assinavam o estudo, mas o principal era Didier Raoult, de Marselha, no sul da França. Fui pesquisar e logo vi que ele não era um aventureiro qualquer.






Peça 2: Didier Raoult é o maior especialista em doenças transmissíveis no mundo.



Foto de sua página oficial no Facebook.

Didier tem quase 3 mil artigos na Pubmed. Isso é um número estrondoso.

Segundo o site Medscape, que faz uma estatística sobre estudos publicados nos últimos 10 anos por especialidade, ele é número um do mundo em doenças transmissíveis.
Além disso, ele ganhou diversos prêmios em sua comunidade científica, como o do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em 2010, e o do Instituto da França, em 2015.
Este segundo prêmio não é um prêmio qualquer, como os de cidades do interior que fazem concursos pela internet dos médicos mais simpáticos no atendimento ao público. É um prêmio em dinheiro. Ele levou 200 mil Euros para casa. Isso dá mais de um milhão de reais.
O professor Didier Raoult também recebeu condecorações do governo da França. Ele é, desde 2015, comandante da Ordem Nacional de Mérito, e desde 2011, Oficial da Legião de Honra. Um deles é outorgado pelo presidente da república do país. E todos sabemos que a França não é uma republiqueta de bananas. Não premiam imbecis.
Com uma carreira brilhante como essa, decidi continuar acompanhando. Os resultados eram animadores demais para deixar de lado.






Peça 3: o segundo pior aliado do mundo gostou da ideia







“HIDROXICLOROQUINA E AZITROMICINA, juntos, têm uma chance real de ser uma das maiores mudanças na história da medicina.”
21 de março
Donald Trump, o presidente dos EUA, não é nada simples. Quatro dias depois da publicação, ele foi na TV e usou o estudo de Didier Raoult como um enfrentamento aos cientistas norteamericanos. Eles não poupavam críticas pela sua estupidez na condução da pandemia.
Ele sempre bateu de frente com todos eles. Trump é uma metralhadora rotatória de asneiras. Só para dar dois exemplos, sobre a pandemia, ele havia dito que a gripe comum era pior. E inacreditavelmente chegou ao ponto de dizer que o coronavírus era uma farsa do partido democrata.
Seu histórico sempre foi o de nutrir desdém pela ciência e por cientistas. Ele diz, por exemplo, que não acredita no aquecimento global.
Mas uma coisa Trump sempre soube: sua política de enfrentamento agrada sua base estúpida, cada dia mais radicalizada, que para se defender do coronavírus, em vez de evitar aglomerações, faz fila para comprar armas.
Como alguém que costuma agir e pensar deste modo pode orientar como deve ser a solução para uma pandemia?
Claro que a comunidade científica norteamericana se sentiu desprezada, e com o embate, diminuída. Reagiram.






Peça 4: o primeiro azar da hidroxicloroquina

Em seu anúncio, Trump falou o nome do medicamento. E a hidroxicloroquina, por um azar terrível, não precisava de prescrição médica.
O que aconteceu? Uma corrida às farmácias. Nada surpreendente.
Especialistas foram consultados. Eles disseram uma obviedade que qualquer um diria vendo o povo estocando medicamentos. Avisaram que era para todos terem cuidados com efeitos colaterais.
Na sequência, um jornalismo honesto, que eu também faria. Foram verificar se Trump tinha ligações com os fabricantes de hidroxicloroquina. Descobriram que ele tinha.
Assim uma narrativa começou a ser montada.






Peça 5: cientistas dos EUA pedem calma

O estudo de Didier Raoult era preliminar. O foco era, naquele momento, nos seis pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina que tiveram uma redução viral abrupta. Dr Anthony Fauci, médico personalidade e líder da força tarefa contra o coronavírus nos EUA, tomou a dianteira. Ele pediu prudência.
Hoje, qualquer pessoa razoavelmente bem informada sabe o que é um estudo científico completo e impecável, o chamado "padrão ouro da ciência": é randomizado, controlado, duplo cego, revisado por pares e publicado em alguma revista científica de prestígio. Foi a aula de Fauci.






Peça 6: Bolsonaro, o fantoche e fã de Trump, repetiu a solução






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Jair Bolsonaro, de extrema direita, é um saudoso da ditadura brasileira (1964–1985).
Ele costuma elogiar torturadores daquela época, que além de terem sido estupradores, enfiavam ratos vivos na vaginas de estudantes universitárias. Bolsonaro, comportando-se como um psicopata, elogia esses torturadores rindo e se divertindo.
Essa aberração política só foi eleita presidente da república devido a uma eleição fraudulenta ocorrida em 2018, onde o líder das pesquisas, Lula da Silva, ex-sindicalista, ex-presidente, patriota e reverenciado mundialmente, de centro esquerda, foi preso em um processo fraudulento, apenas para que não concorresse.
Lula liderava as pesquisas mesmo quando preso. A ONU chegou a exigir que ele fosse autorizado a concorrer e que tivesse um processo justo. O sistema judiciário brasileiro, comportando-se como o de uma republica bananeira, ignorou a ordem, mesmo com o país sendo signatário de acordos internacionais relacionados a direitos humanos.
Esta eleição, além de repetir no Brasil as mesmas técnicas de fake news utilizadas nos EUA, que favoreceram a eleição de Trump, ocorreu apenas dois anos depois de um golpe de estado ocorrido no país. Este golpe destituiu Dilma Roussef, do partido de Lula, da presidência, e também foi apoiado pelo nosso sistema judicial classista.
A história desse golpe foi retratada de modo espetacular pela cineasta Petra Costa, em seu documentário "The Edge of Democracy", finalista do Oscar 2020 e disponível na Netflix.





Documentário finalista do Oscar 2020 conta a história do golpe de estado.

Logo foi comprovado que neste golpe, assim como o anterior, de 1964, houve a participação dos EUA. Isso é o tradicional e o normal em todos os golpes de estado ocorridos na história da América Latina. Se não houvesse participação deles, seria algo inédito. E são golpes sempre com o objetivo de colocar fantoches dos EUA no poder, amigáveis aos interesses econômicos norteamericanos.
Além disso, esse golpe era bem previsível que ocorreria, afinal, o Brasil foi o país do globo que mais descobriu petróleo na última década. Recurso natural que sempre gera cobiça dos EUA.
E esse governo entreguista e com viés fascista, além de possuir membros que copiam discursos de Josef Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler, possui um longo histórico de ataque à ciência brasileira, visando enfraquecer a nação como um todo.
O guru do governo, um astrólogo autointitulado filósofo, Olavo de Carvalho, admirado por Bolsonaro, acredita que a terra é plana e que a epidemia de coronavírus não existe.
E não para por aí. Este governo nomeia, para cargos científicos, defensores do criacionismo. O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, cujo pai fez parte do governo da ditadura anterior e dificultou a extradição nazistas foragidos da Alemanha, e Araújo acredita que o aquecimento global é uma trama marxista.
Este ministro, em curso para diplomatas, propõe possibilidades de invasões alienígenas de alfa centauri.
É um governo anti-ciência. Eles demitem cientistas quando o governo não concorda com divulgação de dados da floresta amazônica sendo destruída de modo acelerado.
Além de tudo isso, Bolsonaro, ao ser perguntado por um repórter sobre as mortes pela pandemia, respondeu: "E daí? Não sou coveiro.", e tem sido constantemente contra a única coisa que é absoluto consenso no meio científico. Ele promove aglomerações e chama a COVID-19 de gripezinha.
Neste contexto, Bolsonaro, que é inclusive retratado no Financial Times, como "muito mais estúpido que Trump", repetiu, como um papagaio, a solução que Trump decidiu apoiar.
Nenhuma supresa para alguém que, ao encontrar o presidente dos EUA, diz "i love you", sendo desdenhado pelo próprio e por quase toda a direita norteamericana, exceto David Duke, um supremacista branco da Klu Klux Klan, que o adora.
Como pode um governo como esse ousar orientar a condução de um tratamento para a COVID-19?






Peça 7: o viés de confirmação






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Sir Francis Bacon

Um dos primeiros a explicar esse efeito psicológico foi Sir Francis Bacon, um filósofo britânico, há quase 500 anos.
"Uma vez adotada uma opinião, o entendimento humano busca tudo à sua volta para concordar com ela e apoiá-la. Mesmo que haja um número maior de evidências em contrário, ele os negligencia ou despreza, ou de algum modo os rejeita ou deixa de lado", Sir Francis Bacon.
Viés de confirmação acontece com todo mundo, inclusive com especialistas, segundo Daniel Kahneman, vencedor do Nobel, em seu livro “Rápido e Devagar”.
Eu fiquei fora do viés de confirmação negativo. Quando vi Trump anunciando o estudo de Didier Raoult, tive um viés positivo e concluí que o estudo era realmente bom. "Pela primeira vez na vida esse idiota ouve um cientista renomado", pensei.
O mesmo ocorreu quando Bolsonaro papagaiou Trump. "Até relógio parado acerta a hora duas vezes ao dia", refleti.
Mas sim, Didier Raout é um azarado. Ele teve os dois piores aliados do mundo.
Quem estava indo em bares, festas e não estava de quarentena, e soube dos estudos com hidroxicloroquina pela boca de Trump ou Bolsonaro, juntamente com as explicações de Fauci, automaticamente repudiou.
Afinal, dessas bocas, o normal é vir merda.






Peça 8: Didier Raoult é atacado






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Além das explicações sobre efeitos colaterais, e de uma forte crítica por não ter sido o "padrão ouro" dos estudos com medicamentos, começaram a surgir artigos extremamente negativos para a reputação de Didier Raoult.
O site "For Better Science" fez uma das que mais viralizou. Ali começou uma massiva campanha de difamação. "Médico bruxo", era um dos títulos. Foi rapidamente traduzido para o português e saiu publicado no site do Nassif, com grande repercussão.
Os textos abordavam diversas coisas, mas uma me chamou bastante atenção: um histórico de fraudes em estudos científicos assinados por Didier.
Encontraram pelo menos quatro estudos com imagens de microscópios alteradas por photoshop. Mas não falaram a quantidade total de estudos, quase 3 mil.
Além disso, acusações com temas caros à esquerda, como assédio sexual, bullying com alunos, pressão e horas extras. A matéria continha o depoimento de pessoas magoadas que romperam com o infectologista.
O assédio não era de Didier, mas sim que ele teria acobertado ocorrências no instituto em que dirige.
Além dos estudos alterados, já comprovados, e restante, provavelmente, deve ser tudo verdade. Pelo menos é verossímil. Didier acusa um de seus alunos pelas alterações nas imagens. Acredito que sob a pressão de ser um dos institutos mais produtivos do mundo, a atitude de um aluno neste sentido pode ser perfeitamente possível.
Sobre assédio, Didier deu a pior resposta possível, na época, para a imprensa: "Obrigado por descrever esse lugar como um bordel, vou instalar uma máquina de camisinhas".
Entretanto, acredito que um escrutínio como esse, absolutamente ninguém sai ileso. Mas para quem recebeu a notícia por Trump e Bolsonaro, o rótulo de "farsante" colou em Didier com facilidade, como efeito do viés de confirmação negativo.
Eu ainda torcia para que houvesse resultado e fui procurar descobrir o site do instituto e seu twitter. Com matérias tão pesadas assim, se Didier não se manifestasse, seu estudo seria, comprovadamente, uma fraude.
Em suas respostas, Didier Raoult cometeu um erro básico de comunicação. No canal de youtube do instituto, em vez de estar no centro de uma mesa, com diversos pesquisadores, afinal, o estudo era assinado por diversos cientistas, ele aparecia sozinho. Ele não soube demonstrar apoio de sua equipe.
Mas comecei a prestar atenção. Em uma das entrevistas, em relação aos fortes efeitos colaterais, ele afirmou que daria os medicamentos para sua própria mãe. Sobre não ser randomizado, fez um analogia sobre o paraquedas. Disse que não é necessário jogar 20 pessoas de um avião, dez com paraquedas e dez sem, para concluir que dez pessoas morreriam.
As explicações, para mim, faziam sentido, afinal, na Europa, a taxa média de mortes entre os contaminados era de aproximadamente 15% dos pacientes.
E uma curiosidade: as matérias no "For Better Science" apareciam, no Google, antes que a a página de Didier na Wikipedia.

Peça 9: "Cura milagrosa". Didier Raout é detonado no New York Times, o jornal mais influente do mundo
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"Cura questionável", dizia o texto. "Chocou cientistas ao redor do mundo", avaliavam. Além disso, chamavam o que ele propôs de "cura milagrosa". Ouviram outros especialistas sobre sua reputação e fizeram uma ligação política a Trump.
Alguns dias depois, um médico dos EUA, James Todaro, comenta em seu twitter:





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Surpresa surpresa … os três “médicos franceses de destaque” citados criticando o trabalho de Raoult estão todos no conselho consultivo de Gilead ou recebem financiamento de Gilead.






E quando viria a confirmação ou não?

A evolução da COVID-19 está bem documentada. Não é semelhante à AIDS, onde o paciente pode morrer em seis meses ou 20 anos.
A grande maioria das pessoas incuba o vírus por seis dias. Logo depois apresenta sintomas, e em mais uma semana ou 10 dias, cerca de 5% dos sintomáticos fica grave (o número varia um pouco). Dos graves, intubados, cerca de metade morre.
Agora pense comigo. Vamos para uma lógica bem básica.
Você fica em um ponto de foco da pandemia, dá o medicamento para 100 pessoas que já apresentam sintomas, se em 15 dias, do total, apenas um ou dois precisarem ser intubados, o medicamento funciona e temos uma comprovação.
É simples. Nem é necessário esperar para saber se os intubados morreram, correto?
Não precisa de grupo controle, nem de revisão por pares, nem de duplo cego, nem de publicação em revista conceituada.
Só precisa contar corretamente o número de pacientes intubados.
Portanto, era só esperar mais duas semanas e o tratamento seria confirmado ou não. Alguém faria.
Bastante lógico. Alguém tem alguma dúvida?






Peça 10: "Cura milagrosa". O primeiro médico nos EUA, confirmando, entra em cena, mas não valeu.






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Próximo a Nova York, um médico, Vladimir Zelenko, surgiu na história. Ele afirmava, poucos dias depois, já ter tratado algumas pessoas com hidroxicloroquina, azitromicina, o protocolo de Didier. E ele adicinou mais um item no cocktail: zinco.
E ele tomou uma atitude importante: divulgou seu protocolo de tratamento em uma carta para médicos.






A matéria do New York Times sobre sua história afirmava que ele não estava atendendo os pacientes pessoalmente, mas sim com uma equipe.
Devido a um câncer recente, Zelenko possui apenas um dos pulmões. Ele é grupo de risco para a Covid-19. Prudente, manteve-se em sua casa, isolado.
O artigo no jornal, além de fotografá-lo fora de um ambiente hospitalar, sem estar de branco, colaborando não intencionalmente com a semiótica, desenvolveu uma narrativa política. Zelenko é um apoiador de Trump. "Médico simples do país se torna uma estrela da direita”, afirmava o jornal.
Além disso, descobriram, em seu facebook, memes atacando Hillary Clinton, candidata do Partido Democrata na última eleição presidencial. “O tratamento de Zelenko chegou a um momento útil para Trump e seus apoiadores da mídia, que às vezes pareciam mais interessados ​​em discutir curas milagrosas do que falar de atrasos ou escassez de ventiladores”, opinava.
Ele falava alguns números. No fim de março, já havia tratado 200 pacientes, com apenas seis hospitalizados, dois intubados e zero óbitos. Seu tratamento era precoce, antes da doença se agravar, repetindo Raoult. Seus números, comparados com a taxa de morte entre infectados dos EUA, eram animadores.
Entretanto, números assim, apresentados, não são confiáveis. É um “caso anedótico”. É um médico falando que tratou pacientes. E no caso dele, de casa.
Os cientistas explicaram que casos anedóticos não valem. Eu concordei. O argumento é bom. Afinal, se o paciente morre, é outro médico que assina o atestado de óbito.
Serviu um pouco para mim, que estava querendo acreditar, como um viés de confirmação positivo, que funcionava.
Para quem tinha na cabeça a regra de ouro da ciência, do randomizado, controlado, duplo cego, o viés de confirmação se manteve em "não comprovado cientificamente", com razão.
Mas me levantou uma questão: será que ele mentiria sobre mortos por ser um fanático por Trump, para ajudá-lo?
Poderia ser. A matéria abordava uma forte religiosidade de Zelenko, item sempre relacionado com políticos de extrema direita, como Trump.
Poderia ser que Didier Raoult fosse completamente louco, estivesse destruindo uma carreira brilhante com uma mentira gigantesca e que Zelenko entrou na mesma alucinação?
Sim, era uma possibilidade.
Não é incomum homens fazerem merdas gigantescas por uma paixão, por exemplo.
Eu precisava, então, de uma confirmação com mais credibilidade: um hospital aplicando isso. Mas uma situação em que os mesmos médicos que receitam os medicamentos assinam os atestados de óbitos se o pacientes morrerem.
Acho que as pessoas podem realmente inventar histórias de cura por fama ou fanatismo político, mas tudo tem um limite.
Falsificar atestados de óbito dá cadeia em qualquer país minimamente civilizado.






Peça 11: "a cloroquina pode ser até mais perigosa que o próprio vírus”

O que começou como um alerta sobre automedicação logo virou um monstro grande e ameaçador.
Um dos canais que costumo acompanhar no youtube brasileiro é o do Pirula. Conheço há muitos anos. Pirula é cientista, paleontólogo, e faz vídeos de diversos temas.
Ele "traduz"a ciência para uma linguagem acessível a todos. Sua predileção é por assuntos nerds, como dinossauros, mas já produziu grandes contribuições para o debate político brasileiro, como quando ele desmontou a teoria criacionista, que tenta, sempre, invadir o debate público.
Carismático, é um dos mais influentes divulgadores científicos da América do Sul. Cada um de seus vídeos tem mais de 100 mil visualizações.
Um de seus vídeos de maior destaque foi quando ele resolveu rebater o guru do Governo, Olavo de Carvalho, mentor intelectual de Jair Bolsonaro, que em mais um dia comum de perturbação mental, afirmou que a Pepsi fazia adoçantes com fetos abortados.
E Pirula, influenciado pela mídia e seguindo o pensamento de manada, produziu um vídeo "Cloroquina o que se sabemos".
Suas opiniões são reflexo de toda a classe científica brasileira. É sensacionalista e com um nível de estudo vergonhosamente primário para quem se propõe a explicar algo científico.
Entretanto, ouvindo relatos de pessoas que tomam esse medicamento no dia-a dia, iniciei uma pesquisa. Nada difícil para um medicamento que tem quase 70 anos.
Você, leitor, provavelmente, bombardeado com esse discurso, vai se surpreender agora:
“Você pode ter uma perda absurda de visão, talvez até a cegueira”, disse Pirula em seu vídeo.
Este estudo, publicado na Pubmed, de 2019, detalha como 0,68% das pessoas que tomam hidroxicloroquina por 5–7 anos podem desenvolver visão parcial borrada. Sim. isso mesmo.
Precisa tomar por pelo menos cinco anos para ter um risco de 0,68 de ficar com a visão borrada. E cego ninguém ficou.
Quer mais? No mesmo tema da "cegueira"? Vamos lá.
Este estudo, de 2003, diz que não foi observada toxicidade na retina por causa da hidroxicloroquina em nenhum dos 526 pacientes durante os primeiros 6 anos de tratamento.
Sim. Antes de seis anos contínuos. Nenhum problema.
"A cloroquina pode gerar sim problemas cardíacos. Pode provocar a falência cardíaca. Isso já foi observado. É raro, mas já foi observado", afirmou Pirula.
Neste estudo publicado pela OMS — Organização Mundial da Saúde, em 2017, diz para cloroquina e hidroxicloroquina, quando usadas em doses (e duração) normais de tratamento da malária, semelhantes ao protocolo de Didier Raoult para a COVID-19, nunca houve um caso de arritmia cardíaca.
Nunca.
Quer mais?
Tem este estudo de 2013. Diz que o risco cardíaco é condição extremamente rara está correlacionada com mulheres mais velhas (mais de 50 anos) que possuem problemas cardíacos pré-existentes, inflamação reumatóide crônica e doença renal crônica. E que tomam hidroxicloroquina há mais de dez anos.
Sim. Precisa tomar por mais de 10 anos, e já ter problemas cardíacos.
Quer ficar completamente louco agora? Te ajudo.
Este estudo, de 2018, informa que a hidroxicloroquina reduz as chances de riscos cardiovasculares.
Isso mesmo. Não faz mal para o coração. É o contrário. Faz bem.
Entretanto, a COVID-19, por si só, traz riscos para o coração. É o que diz esse estudo. Portanto, a hidroxicloroquina, em vez de estar aumentando os riscos cardíacos, pode estar, na verdade, reduzindo os riscos.
Quer mais? Tem.
Existem evidências crescentes de que o COVID-19 causa complicações trombovasculares fatais. A hidroxicloroquina mostra-se tromboprotetora, reduzindo a trombose em 68% em pacientes com lúpus. O tratamento precoce com o medicamento pode prevenir trombose na COVID-19. É o que diz esse estudo de 2010.
Mas não para por aí. Tem mais.





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Este é um documento do CDC — Center for Disease Control and Prevention, órgão dos EUA. É um guia.
Diz que o medicamento pode ser prescrito para adultos e crianças de todas as idades. Também pode ser tomado com segurança por mulheres grávidas e mulheres amamentando. E pode ser receitado, acredite, preventivamente.
Agora quer saber de algo divertido? Eu conto.
A hidroxicloroquina tem 65 anos. São prescritas 5 milhões de doses por ano. A Wikipedia aparentemente descobriu muitos efeitos colaterais novos: “efeitos colaterais” passaram de 345 para 440 palavras. “Overdose” passou de 33 para 201 palavras e “contra-indicações” saiu de 0 para 41 palavras.
Eu vendo essas opiniões de "cientistas" que não estudam, e lendo os estudos, tomei uma decisão: continuaria a pesquisar sobre o assunto para acompanhar as novidades. Não dá para confiar em qualquer um.
Definitivamente, dizer que "a cloroquina pode ser mais perigosa que o próprio vírus", como disse Pirula, é paranóia, ma fé, ou trabalho amador.






Peça 12: Didier Raoult é um "charlatão"

Pirula, provavelmente não em quarentena no meio de março, vendo a explicação de Anthony Fauci sobre o padrão ouro da ciência, depois de ler as matérias do "For Better Science" e o perfil de Didier no New York Times, só poderia chegar a uma conclusão: é um maluco ou charlatão.
Ele traçou um paralelo com outra história. Um caso famoso no Brasil: a fosfoetanolamina. Era "a pílula do câncer". Outros divulgadores científicos foram no mesmo sentido.
É um caso interessante. Há alguns anos atrás, um professor de química alegou ter descoberto a cura do câncer. De todos os tipos. Isso virou uma discussão nacional. A Unicamp, prestigiada universidade brasileira, soltou um editorial falando que deveria ser caso de polícia.
E uma coincidência para reforçar o viés de confirmação negativo. O obscuro Bolsonaro, que ficou 28 anos como deputado federal defendendo a ditadura, teve apenas dois projetos aprovados em sua nula carreira como deputado, sendo um deles, justamente, a fosfoetanolamina.
A pergunta que faço a você, leitor: é justo comparar Didier Raout, com 3 mil artigos na Pubmed, inventor de diversos outros tratamentos já consagrados, diretor de um instituto com oitocentos subordinados, premiado entre seus pares e pelo presidente da República da França, com um obscuro professor de química que alegava ter descoberto a cura do câncer?
Não. Não é uma comparação honesta.
"O Remdesivir já foi testado in vitro, contra a primeira SARS, lá em 2002, 03, e deu resultados muito promissores, e agora esse ano ele já foi testado pelo menos uma vez in vitro", disse Pirula em seu vídeo, sobre outras opções de tratamento para a COVID-19.
Não é curioso ele, e outros cientistas, terem classificado um ensaio clínico com resultados promissores como charlatanismo e, logo na sequência, colocarem toda a esperança em um medicamento com apenas testes in-vitro?






Peça 13: Didier Raoult entra no jogo e começa a dar cartas

1 de abril
Taxado como farsante, maluco, e com uma inundação notícias de efeitos colaterais mortais, o professor Didier Raoult fez o que eu esperava que ele fizesse: começou a responder.
Se fosse um farsante ou se seu estudo fosse um erro grosseiro, provavelmente começaria a ficar quieto. Sairia de cena disfarçando.
Uma das primeiras coisas que fez foi publicar, em seu instituto, um protocolo de segurança, que envolvia um eletrocardiograma, para aplicação de seu tratamento. Foi feito por um outro professor e pesquisador.
Não era tão maluco, afinal, outros importantes cientistas estavam o apoiando, pensei comigo.






Peça 14: Didier Raoult ganha apoiadores de peso na comunidade científica

2 de abril





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“Estamos testemunhando uma multiplicação imaginária do número de efeitos colaterais nos últimos oito dias”, disse Christian Perrone, chefe do departamento de doenças infecciosas do hospital Raymond Poincaré de Garches, na França.
Especialista em doença de Lyme, Perrone foi presidente da comissão especializada em doenças transmissíveis do Conselho Superior de Saúde Pública da França.
"Deve-se ter cautela, especialmente em pessoas com problemas cardíacos e, mais especificamente, em idosos que tomam vários medicamentos simultaneamente. Este tratamento deve ser tomado sob supervisão médica, respeitando a dose. Quanto aos problemas da retina, eles só podem ocorrer após tomar doses muito grandes por vários anos", afirmou.
Perrone concluiu sua entrevista com algo que eu suspeitava que poderia estar ocorrendo: "O tiroteio recebido por Didier Raoult também está ligado a brigas de egos”, afirmou.






Peça 15: mais gente importante, como um ex-ministro da saúde da França, resolve apoiar o tratamento. Didier, definitivamente, não é um maluco ou farsante.

7 de abril
No Le Figaro, o ex-diretor científico do Instituto Nacional do Câncer, o ex-presidente da Autoridade Nacional Francesa de Saúde e o ex-diretor geral da Agência Nacional de Segurança de Medicamentos, recomendaram aplicar o tratamento desenvolvido pelo professor Didier Raoult assim que os primeiros sintomas do coronavírus aparecessem.






Peça 16: o presidente da França, Emanuel Macron, visita o hospital em Marselha

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10 de abril

Foi quando descobri que não é um centro de pesquisa qualquer. Eles faziam exames em 4 mil amostras por dia, para toda a França, para rastrear a pandemia. Com esses números, talvez era o mais bem preparado centro de pesquisa do país para lidar com a pandemia.
E mais um detalhe importante. Lá eles tratavam os pacientes.






Peça 17: sai o primeiro estudo confirmando a hidroxicloroquina

10 de abril
Era da China. 62 pacientes foram tratados no Renmin Hospital, de Wuhan. O tratamento era de 5 dias com hidroxicloroquina (400 mg) e sem azitromicina.
Era um estudo randomizado. Os quatro pacientes que progrediram para pneumonia severa estavam no grupo controle.
Sendo um estudo controlado, randomizado, e vindo da China comunista, concluí que era o fim da politização do medicamento. Não seria mais uma bandeira da extrema direita. E achei que as críticas por "falta de cuidado", agora estariam resolvidas, por este ser randomizado.
Mas não saiu na grande mídia. Me enganei.






Peca 18: Didier Raout resolve bater o pau na mesa

11 de abril
A tensão aumentava, a narrativa de "charlatão" não reduzia, nem na grande mídia, nem entre os cientistas, e o professor Didier Raout tomou uma atitude importante para explicar para o mundo que seu tratamento funcionava.
Ele passou a publicar, no website de seu instituto, a contagem diária de pacientes tratados com sua combinação de medicamentos e quantos morreram.
Havia uma observação: eram pacientes que não chegaram graves o suficiente e que os médicos conseguiram aplicar as medicações por pelo menos três dias.
Desde o início, os mortos sempre se mantiveram em aproximadamente 0,5% dos tratados.





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Publicar diariamente foi uma atitude importante para a garantia da veracidade dos dados. Com isso, Didier eliminava suspeitas de ser um "fraudador" o rótulo colado nele globalmente.
Tem uma lógica exageradamente simples, mas no meio dessa loucura generalizada, me vejo na necessidade de explicar, detalhadamente, como se estivesse falando com crianças birrentas, não com adultos, cientistas e médicos.
Acompanhe a análise comigo.
Com esses ótimos números no ar, bastava esperar 15 dias e teríamos uma comprovação se o tratamento funcionava ou não funcionava.
As opções são as seguintes: ou teríamos uma rebelião de subordinados com demissões em massa, ou seriam todos completamente alucinados, seguindo um líder louco, e seriam presos em breve.
As pessoas até topam correr o risco de serem presas quando há muito dinheiro envolvido. Mas a hidroxicloroquina é um medicamento genérico, que custa menos de US$ 10 por paciente, além de ser fabricado por centenas de laboratórios mundo afora, inclusive na África. Não dá para existir uma central de suborno a cientistas. Não dá para combinar com todo mundo.
Pensa comigo.
Basta você se colocar na posição de um médico trabalhando no IHU-Marselha:
Eu sou um médico, trabalho com Didier, vou alterar atestados de óbito, o que é crime em qualquer país minimamente civilizado, correndo o risco de ser preso, perder meu diploma de médico, só para que meu chefe apareça em capas de revistas? Não, porra!
Alterar uma imagem de microscópio no photoshop é uma coisa, fingir que não morreu gente no seu hospital, alterando atestados de óbitos ou criando cemitério clandestino para desovar cadáveres, fabricando bons números, é outra coisa.
Só é possível acreditar que esses números sejam falsos se você conseguir imaginar este possível diálogo, entre dois médicos em Marselha, como verossímil:
- Esse morreu do quê?
- Atropelado por um ônibus.
- E esse aqui?
- Acidente de bicicleta. Estava sem capacete.
- Boa idéia. E esse outro?
- Escorregou no banheiro. Escreve aí.
- E esses outros cinco?
- Some com eles, senão o povo vai começar a desconfiar.
Não tem lógica.






Peça 19: mais um caso de sucesso, mas aumentou a politização do medicamento

10 de abril
Robin Armstrong, diretor médico de um asilo no Texas, EUA, ao constatar que boa parte dos internos estavam contaminados com o coronavírus, prescreveu a hidroxicloroquina para seus pacientes.
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No título da matéria da NPR, que cobriu o caso, a aplicação era "desconcertante".
Robin afirmou que os medicamentos eram seguros. "Contrariamente à afirmação de Armstrong de que a hidroxicloroquina praticamente não tem efeitos colaterais, o medicamento é conhecido por ter sérios impactos negativos à saúde", alertava o texto.
Agora vamos para uma comparação:
Lar de idosos em Washington (Kirkland): sem hidroxicloroquina, 35 mortes em 120 residentes.
Lar de idosos no Texas: tratamento com hidroxicloroquina, 1 morte em 135 residentes.
Entre pacientes e funcionários, Robin constatou 87 casos positivos. Entre os idosos, 38 positivos. Uma morte dá 2,6%.
A média de fatalidade, entre os infectados, nos lares de idosos nos EUA é de 27%.
Politizando o assunto, logo descobriram que o médico tinha ligações com o partido Republicano, de Trump.
A baixa taxa de mortalidade não agradou. Em um site que se propõe a discutir a ética nas pesquisas médicas, perguntaram se Robin Armstrong estava cometendo um abuso de direitos humanos. No principal jornal de Houston, capital do estado, um editorial acusava o médico de cruzar a linha ética.
Os médicos em Kikland não cruzaram a linha ética nem abusaram de direitos humanos. Com 35 mortes, foram impecáveis na boa medicina. Robin Armstrong, reduzindo as mortes em 90%, não. Ele fez tudo errado.
“Isso é realmente desconcertante”, disse a química medicinal Katherine Seley-Radtke, sobre a aplicação dos medicamentos.
Logo autoridades dos EUA judicializaram a questão. Pediram a proibição de "experimentos médicos" com idosos, para manterem a taxa de mortes em 27%.
E uma coincidência: Seley-Radke, presidente eleita da Sociedade Internacional de Pesquisa Antiviral, já foi consultora da Gilead.
Eu também acho desconcertante.






Peça 20: saiu um estudo que eu estava ansioso para ver, o caso da Prevent Senior, em São Paulo

18 de abril





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Poucos dias depois do anúncio do estudo de Didier Raoult, a Prevent Senior, uma operadora de planos de saúde em São Paulo, anunciou que já dispunha dos medicamentos e que aplicariam o protocolo de Marselha em seus pacientes.
Também anunciaram que produziriam um artigo científico para divulgar os resultados.
Eu estava animado em saber. Seria o lugar ideal para ter a confirmação. Diferentemente de Zelenko, em Nova York, e Robin Armstrong no Texas, que poderiam estar mentindo por paixão política, sem muitas consequências, ali não seria um caso anedótico, afinal, com pacientes morrendo, eles mesmos teriam que assinar os atestados de óbito.
Eu nunca havia ouvido falar da Prevent. Eu soube exatamente durante a pandemia, tanto pelo anúncio do tratamento, como pelas críticas de Mandetta, o Ministro da Saúde na época.
Em um certo momento, no início da COVID-19 no Brasil, na Prevent Senior concentravam-se 60% das mortes em São Paulo, devido ao seu plano de saúde ter como foco os idosos, com mais de 60 anos, o principal grupo de risco da doença.
E é uma empresa gigante. Eles possuem uma carteira de 470 mil clientes. Isso dá 25% dos idosos de São Paulo. São os donos de diversos hospitais e haviam virado case em universidades do mundo todo por conseguirem fazer um plano de saúde mais barato que os convencionais, justamente para idosos.
O segredo, contam, é a utilização de tecnologia, tele-atendimento e velocidade para exames e procedimentos médicos, não deixando os clientes ficarem graves, e custosos, para iniciar os atendimentos.
Uma das primeiras notícias vindas de lá dizia que a própria mãe dos proprietários da operadora havia recebido o tratamento, gerando confiança e espantando o discurso de efeitos colaterais fatais.
Antes de publicarem, os médicos já estavam dando entrevistas, onde não podiam falar dos resultados, mas o sorriso no rosto deles, e os ânimos, eram inegáveis.
Quando saiu, o estudo tinha esse gráfico:





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O resultado final era de quantos dos pacientes precisaram ser internados e quantos não precisaram.
Para os pacientes que eles deram os medicamentos em menos de 7 dias após os primeiros sintomas, apenas 1,17% precisou ser internado. Para os foram medicados após uma semana de sintomas 3,2%, e para os que não quiseram receber o tratamento, 5,5% precisou ser internado. Uma comprovação muito boa da eficácia do tratamento.
Na época, já havia uma histeria coletiva, massificada, sobre os perigos fatais dos hidroxicloroquina, e boa parte dos clientes, com medo, não aceitou a medicação. Viraram um grupo controle.
Eles tiveram um método interessante. Como não haviam muitos exames no Brasil, nem na rede pública, nem na privada, e devido a baixa confiabilidade em relação aos falsos negativos, que chegam a ocorrer em 33% dos casos, segundo os cientistas, o diagnóstico era feito por análise clinica. Uma boa parte por exames no pulmão e outra parte apenas pelos sintomas.
Prudentes, para evitarem a contaminação de mais pessoas, muitos exames clínicos foram por videoconferência. Motoboys entregaram as medicações nas casas dos pacientes.






Peça 21: a crítica ao estudo da Prevent Senior é uma teoria de conspiração

Natalia Pasternak, cientista que tem ganhado notoriedade e fama durante a pandemia, com diversas entrevistas aos maiores meios de comunicação do Brasil, e Carlos Orsi, jornalista experiente da área de ciências, com passagens em grandes redações, como a do jornal O Estado de S. Paulo, publicaram um artigo de opinião no site do Instituto Questão de Ciência, uma entidade com objetivo nobre: a defesa do uso de evidências científicas nas políticas públicas.
O artigo intitulado "Uma aula de como não se deve testar um medicamento", viralizou na internet. Além de criticarem a falta de testes de coronavírus nos pacientes, quando o Brasil tinha pouquíssimos testes de detecção do vírus, e repetirem a aula de Anthony Fauci sobre ensaios randomizados, controlados, duplo cego, revisados por pares e publicados em grandes revistas científicas, os autores seguiram, depois de falarem dos perigos os medicamentos, para uma conclusão surpreendente: "Parece ter sido uma desastrada operação de marketing", escreveram, antes de dar diversos outros exemplos de marketing influenciando pesquisas científicas. A matéria falava que nada estava provado.
Logo em seguida, em um dos jornais mais influentes do país, a manchete anunciava sobre o estudo: "Governo vê indícios de fraude". Interessado, corri para ler. "Será que os caras realmente deram uma de loucos e inventaram números?", pensei comigo.
Fraude? Eu querendo saber se morreu gente ou não morreu gente e eram questões burocráticas: hora de começar e de terminar a pesquisa, autorizações, papéis e carimbos. Logo depois o estudo foi suspenso na comissão de ética pelos mesmos motivos.
Vamos lá. Agora raciocina comigo.
E novamente, em uma lógica extremamente básica e ilustrativa.
Promover uma "cura milagrosa" por marketing?
Para o medicamento não estar funcionando e esse estudo ser apenas um plano de marketing, precisa produzir uma teoria de conspiração de deixar Olavo de Carvalho se sentindo em um buffet infantil.
Precisa achar verossímil um diretor da Prevent Senior, chegando em uma reunião, e falando assim:
- Eu tive uma ideia. A gente vai fingir que não morre gente em nossos hospitais para promover uma falsa cura por marketing.
- Interessante, e como se dará isso?
- Eu comprei uma retroescavadeira e a gente vai fazer um cemitério clandestino atrás do hospital. Sumindo com uns 1000 cadáveres, a gente faz uma conta em que pouca gente morre aqui, e que temos medicamentos que funcionam.
- Que ideia genial, chefe. Eu topo!
- Boa, não é mesmo? Se tudo der certo, a gente aumenta um pouco o faturamento. Mas pessoal, isso não pode vazar de jeito nenhum, porque senão, além da gente perder toda nossa fortuna e nosso lucro de US$ 100 milhões por ano, iremos todos presos.
- Já vou lá combinar com os médicos, os enfermeiros, os atendentes e o pessoal da limpeza. Certeza que todo mundo topa.
Na operadora de saúde morriam 60% das das pessoas na grande São Paulo, no começo da pandemia, entre março e abril. E nenhum cientista disse que ela chegou no pico até hoje.
O normal, dentro da tragédia, em um lugar que só atende velhinhos, era ter uma carreata de carros funerários ou caminhões na porta. Todos lembram da famosa foto na Itália, que viralizou no mundo todo.





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Com essa imagem, que todo mundo viu, você não precisa fazer planos mirabolantes de marketing envolvendo ocultação de cadáveres. Para cenas assim, você já possui um discurso na ponta da língua: "Infelizmente sofremos a mesma tragédia que ocorreu na Itália, nossos pacientes são do grupo de maior de risco". Pronto. Está resolvido o problema.
E mais: para a teoria, de que é apenas um plano de marketing, fazer sentido, você precisaria combinar com as famílias dos mortos para que se calem, precisa comprar a imprensa para não publiquem, precisa proibir os funcionários de tirarem fotos, precisa roubar as câmeras de fotógrafos nas ruas próximas dos hospitais, além de montar um bom plano para assassinar médicos que possivelmente peçam demissão com medo de serem presos, entre diversas outras ações de repressão. É necessário um nível de controle que deixaria Kim Jong-un vermelho de tanta inveja.
Não faz sentido.






Peça 22: dois Jim Jones simultâneos não encaixam no quebra-cabeças.


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Esse cara na foto é Jim Jones. Ele criou e era líder de uma seita e possuía seguidores fanáticos. Perturbado, em novembro de 1978, ele induziu 900 pessoas ao suicídio coletivo, em Jonestown, uma cidade criada por ele, na Guiana, para abrigar seus seguidores, que deixaram suas vidas para trás, para seguí-lo.
Eu até aceito a narrativa oficial de que Didier Raoult seja um novo Jim Jones em Marselha e esteja levando 800 subordinados, de fidelidade religiosa, ao suicídio coletivo, onde todos toparam o risco de serem presos, perderem seus diplomas de médicos, e terminarem suas vidas em presídios franceses, fazendo de tudo para defenderem seu líder carismático.
Também aceito a narrativa de que tanto Zelenko quanto Robin Armstrong saíram mentindo sobre a eficácia da hidroxicloroquina porque são fanáticos fascistas de direita, defensores de Donald Trump.
Também aceito que a segunda pesquisa, vindo da China, por corporativismo, os médicos chineses correram para defender a reputação de um médico francês.
Mas quando tentam me falar que em São Paulo surgiu, simultaneamente, um segundo Jim Jones, com a mesma "cura milagrosa", mas sem ter ter sido o inventor do tratamento, e portanto sem estar ligado emocionalmente a ele, levando mais centenas de médicos e funcionários, em uma empresa que fatura bilhões, não uma universidade que não foi feita para dar lucro, ao seus respectivos suicídios, tudo passou de qualquer limite do razoável.






Peça 23: os ursos panda tarados e o fundamentalismo científico


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Este animal na foto é um urso panda. Todos eles tem uma expressão de tristes. Estiveram na lista de animais ameaçados de extinção por bastante tempo. Além disso, eles são famosos por um detalhe aterrorizante, já consenso científico há bastante tempo: transam raramente.
Está certo. A ciência tem, sim, que estudar os ursos panda, seus costumes, e protegê-los, mesmo que isso envolva invadir suas respectivas privacidades, revelando ao mundo, em diversos programas de TV, suas péssimas reputações como amantes.
Agora vamos imaginar uma situação hipotética: chega um cientista e publica um paper pré-print, falando que ele possui um urso panda tarado, e que todos sábados esse urso leva uma namorada para casa e passam a noite inteira transando. Segundo esse cientista, eles só dormem depois de amanhecer e acordam, sempre exaustos, depois do meio dia.
"Você precisa me mandar mais provas sobre sua alegação. Precisa verificar corretamente se eles transam mesmo", diz o revisor, antes de publicar. Está certo. A ciência precisa de comprovações. Deve seguir todos trâmites mesmo. Não pode acreditar assim, direto.
Assim manda-se um repórter da National Geographic para filmar, escondido, o suposto pornô animal.
Entretanto, se depois ficar comprovado que o pesquisador mentiu ao dizer que o urso panda dele é tarado, não há problema algum. Na revisão, você elimina o trabalho dele, não publica, e destrói sua reputação como cientista de pandas.
A questão é que esse cientista não vai preso por essa mentira.
No caso de tratamentos médicos, onde o paciente morre ou não morre, a revisão não é por pares. É uma revisão de três níveis e muito mais exigente: começa pelo investigador de polícia, depois pelo promotor de justiça, e a última revisão é a do juiz de direito emitindo ou não uma ordem de prisão preventiva.
Se em três meses não descobriram um cemitério clandestino com ossadas de 1000 velhinhos em São Paulo, nem outro em Marselha com 400 corpos.
Se não teve uma rebelião de médicos em São Paulo, nem outra em Marselha.
Se não descobriram uma quadrilha de adulteração de atestados de óbito na Prevent Senior ou no hospital de Didier, e ninguém está preso, a conclusão é outra: o medicamento funcionou.
Não existem mais opções. Ou nós teremos que concluir que, na teoria de conspiração, que tanto a as autoridades judiciais de São Paulo, quanto as de Marselha, foram compradas por fabricantes de hidroxicloroquina? Só uma mente perturbada pode pensar isso.
Eu, que penso de modo mais simples, concluí tudo de outro modo: o que houve com Zelenko, com Robin, na China e na Prevent Senior, foram comprovações científicas.
É aquela velha aula de ciência que tive quando era criança: quando você reproduz um experimento e tem o mesmo resultado, você tem a comprovação científica.






Peça 24: como os cientistas de hoje reagiriam ao Yuri Gagarin


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“A Terra é azul", disse Yuri Gagarin em 12 de abril de 1961. O cosmonauta soviético foi o primeiro homem no espaço sideral. Uma evolução científica formidável.
A frase ficou famosa. Ela saiu, na época, em todos os jornais, programas de TV e de rádio.
"Que bacana, a terra é azul", comenta algum leigo. "Não podemos afirmar isso. Não é cientificamente comprovado que a terra seja azul", responde algum cientista ou divulgador científico.
"Por que não?", pergunta a pessoa comum. "É que vocês leigos não entendem do método científico. Enquanto não fizermos um exame de daltonismo completo em Gagarin, controlado, randomizado, duplo cego, e depois revisado por pares e publicado em alguma revista científica de impacto, não podemos concluir que é cientificamente comprovado. Além disso, pode ser mentira. Muita gente mente", afirma o cientista.
"Mas cara, a probabilidade dele ter mentido na cor do planeta, ou ser daltônico, é minúscula, assim como é nula a possibilidade de tanto Didier Raoult, quanto a Prevent Senior estarem ocultando cadáveres", diz o leigo.
"Dizer que é azul é ser negacionista da ciência. É acreditar pela vontade de acreditar. A terra pode ser vermelha, azul ou cor-de-rosa. O único jeito de termos a comprovação científica é fazermos um teste controlado, randomizado, duplo cego, em cada um dos olhos de Gagarin, e isso leva aproximadamente um ano. Inclusive, os jornais jamais poderiam ter publicado essa frase, confundindo todos os leigos", explica novamente o cientista.
Um ano depois, sai publicado o teste de daltonismo em uma revista científica: "Olha, realmente, saiu publicado, a terra realmente é azul. Ele não tinha motivo para estar mentindo e não estava mesmo".






Peça 25: é publicado o primeiro estudo negativo, fazendo barulho, mas o estudo tinha problemas graves.

21 de abril
A minha conclusão eu já tinha: a probabilidade de não estar funcionando seria irrisória. Agora bastava agora acompanhar como a história se desenvolvia.
Com o discurso de que o medicamento é extremamente perigoso massificado, passaram a aplicar a hidroxicloroquina apenas em pacientes extremamente graves, com a doença bem avançada.
Foi o caso do estudo dos veteranos, nos EUA. Houve maior taxa de mortes entre quem recebeu o medicamento.
Enquanto o estudo da China, que recomendava o uso, não saiu na grande mídia, este saiu, com estardalhaço.
"A hidroxicloroquina não é um medicamento para ser experimentado em pacientes neste momento", afirmou o ex-secretário de Assuntos de Veteranos, Dr. David Shulkin.
"Estudo fraudulento", reagiu Didier Raout em seu twitter. "O grupo controle foi tratado com azitromicina. Pacientes com linfopenia quase morrendo foram tratados com hidroxicloroquina", afirmou.
No mesmo dia, o Instituto de Marselha divulga uma análise técnica do estudo dos veteranos e responde ao pesquisador. As críticas e observações dos graves problemas das pesquisa não saíram nem na grade mídia, nem na mídia especializada.






Peça 26: no mesmo dia dois estudos. Um positivo e um negativo. Apenas o negativo saiu na mídia.

24 de abril
O primeiro estudo era o da da Fiocruz. Feito em Manaus, era com pacientes graves. Muito doentes no início dos tratamentos: 43% em UTI e 88,9% em terapia respiratória antes do tratamento. E apenas com cloroquina, a versão mais tóxica, não a hidroxicloroquina.
Foram dois grupos. O primeiro, com alta dosagem. 1200mg por dia, o dobro do usado no protocolo original da França. Este grupo teve 39% de mortalidade.
No segundo grupo, 600mg por dia. Esse teve uma mortalidade baixa, de 15%, o que é um bom número para pacientes graves, já com pneumonia avançada.
"Sugerem que doses mais altas de cloroquina não devem ser recomendadas para o tratamento de COVID-19 grave", foi a conclusão.
Mantive meu foco. Queria saber de doses iguais de Marselha, em pacientes antes de ficarem graves, e com azitromicina. Os resultados do estudo saíram em toda a mídia brasileira e dos EUA. Comentaristas mantiveram o foco apenas nos que morreram do coração no braço de altas doses.
O segundo estudo veio do Irã. Feito por cientistas importantes do país, o estudo concluiu que a hidroxicloroquina era boa para os pacientes. Não saiu na mídia.
Logo depois, para aumentar o viés de confirmação negativo dos cientistas brasileiros, como algo que nem deveria ser estudado, bolsonaristas ameaçaram os cientistas da Fiocriz de morte, devido às altas doses em um dos braços do estudo.






Peça 27: um pré-print sobre o Remdesivir, da Gilead, vazou. Era inútil.

26 de abril





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O medicamento não reduzia mortes. Com a grande indústria farmacêutica sem alternativas lucrativas para oferecer, concluí que os ataques à hidroxicloroquina logo cessariam.
Três dias depois, na capa da Veja, a mais influente revista brasileira, o Remdesivir era a estrela: "uma nova esperança".
"Jornalistas lentos", pensei comigo.
No mesmo dia da publicação da revista, nos EUA, Anthony Fauci, o consultor da Casa Branca, estava animado. "Remdesivir mostra resultados promissores para o coronavírus, diz Fauci".
Não reduzir o número de mortes, no anúncio de Fauci, virou algo promissor.
Qual era o resultado festejado? Quem ia morrer, morreria normalmente, mas quem deixou de morrer, em vez de se recuperar em 15 dias, se recuperou em 11.
Ou seja. Um fracasso.
O malabarismo argumentativo chega, em ritmo de boa notícia, na grande mídia. "Antiviral remdesivir acelera recuperação de pacientes com Covid-19, diz órgão dos EUA". Essa foi a manchete do mais influente jornal brasileiro, a Folha de São Paulo.
No dia 30 de abril, James Todaro, um médico dos EUA, em seu Twitter, faz uma observação: "O Painel do NIH sobre as Diretrizes de Tratamento COVID-19 é composto por 50 pesquisadores e médicos. Este painel decidirá as recomendações de tratamento para o Remdesivir. Quase 20% deles é empregado ou tem participações em investimentos na Gilead".
No dia seguinte, o medicamento foi aprovado. Se tornou o padrão de atendimento nos EUA.
"Gilead recebe US$ 37 milhões para desenvolver e testar o Remdesivir. FDA aprova o Remdesivir. Custo por paciente: US$ 1000. Custo de fabricação US$ 10", comenta James em seu twitter.
Logo depois, em um site especializado em discussões do ramo farmacêutico, especialistas diziam que o preço justo, por paciente, deveria ser US$ 4.460.
E em um importante site de política nos EUA, críticas ao relapso do presidente dos EUA. "O coronavírus recebe um medicamento promissor. O mundo Trump não está comprando".






Peça 28: vendo a festa com o Remdesivir, Didier Raoult chama Anthony Fauci para o ringue de boxe







Didier: Anthony Fauci poderia explicar por que os pesquisadores do estudo NIAID remdesivir alteraram o resultado primário durante o curso do projeto (16 de abril)? Remover a “morte” do resultado primário é uma decisão surpreendente.
Didier sugere que durante o andamento do estudo, os cientistas, surpreendidos, verificaram que o Remdesivir não evitava mortes. O objetivo mudou para "velocidade de recuperação" em quem já não morreria.






Peça 29: na primeira quinzena de maio, diversos estudos animadores saíram, em sequência

Na primeira metade de maio, diversos estudos sobre a hidroxicloroquina foram publicados. Seguiam sempre o mesmo procedimento. Os que apresentavam resultados positivos, a maioria deles, ficavam restritos aos fóruns científicos. Os negativos saíam na grande mídia. Sobre os negativos, nenhuma crítica era feita pelos jornalistas do ramo científico.
E dos positivos, um me chamou a atenção. Era da China, em pacientes graves. No grupo controle, sem tratamento, 45% das pessoas morreram, no grupo tratamento, 18%.
Semelhante com o número do braço de baixa dosagem da Fiocruz, que era de 15%. Entretanto, com o mesmo percentual, os cientistas chineses recomendavam o uso.






Peça 30: reforços ao viés de confirmação dos cientistas

Com essa dominação da mídia de massa apenas com estudos negativos, e sem críticas a esses estudos, como se fossem impecáveis, Trump parou de promover o medicamento.
Logo ele veio com uma ideia brilhante: disse que as pessoas deveriam injetar desinfetantes para se curarem do coronavírus.
Como prova definitiva que parte dos eleitores de Trump são tão estúpidos quanto os eleitores de Bolsonaro, após a declaração de Trump, Nova York teve aumento de casos de intoxicação por desinfetantes.
Ao mesmo tempo, como Bolsonaro, o "muito mais estúpido que Trump", segundo a Economist, tentava convencer a classe científica a adotar o medicamento?
Com as contradições dos estudos? Não. Bolsonaro resolveu dizer que a OMS incentiva a masturbação e homossexualidade de crianças.
E seguiu promovendo aglomerações públicas, enfrentando a único consenso de todos os cientistas de todo o mundo.
Além disso, teve uma ideia brilhante: quis mudar, por decreto, a bula da hidroxicloroquina.
Logo depois demitiu Mandetta, ministro da saúde, que não quis aplicar o protocolo. E logo demitiu outro, pelo mesmo motivo.
E o governo seguiu atacando a ciência por todos os lados, como quando o ministro do meio ambiente extinguiu três bases do projeto Tamar, de preservação de tartarugas.
E seus estúpidos apoiadores, além de fazerem acampamentos para automedicação, começaram a xingar médicos que recomendavam isolamento social.






Peça 31: os cientistas bolsonaristas defendem, mas ninguém, além da bolha deles, os ouve

Ser cientista e conservador já é uma contradição em si. Ser cientista, conservador e Bolsonarista, é algo completamente maluco.
Eles, até que com argumentos importantes, resolveram publicar uma "Carta Aberta ao presidente da república".
Extremamente inteligentes e espertos, escolheram o veículo perfeito para a publicação da carta: o site do guru terra plana do governo. Este site é conhecido por publicar fake news e discursos de ódio. É, inclusive, um dos maiores alvos do Sleeping Giants, por causa disso.
Outra porta voz do tratamento no país era Nise Yamaguchi. Médica de um dos mais importantes hospitais da América Latina. Fã de Bolsonaro, em uma de sua entrevistas, além de defender os tratamentos, fez comentários sem entender nada, sobre um tema sempre presente para eles: o nazismo. Foi demitida.
Nas respectivas páginas de facebook e twitter desses cientistas, as postagens sobre hidroxicloroquina dividem espaço com ideias paranóicas de infiltração comunista nas universidades, marxismo cultural e comentários, preocupados, sobre o muro de Berlim.
Ninguém, claro, leva esse pessoal sério.






Peça 32: as duas mais conceituadas revistas de medicina do mundo publicam estudos fajutos contra o medicamento

Na Lancet e a New England Journal of Medicine, estudos fraudulentos sobre a hidroxicloroquina foram publicados.
Isso levou a OMS a parar suas pesquisas. Tudo noticiado com ampla repercussão mundial. Motivou médicos e governos do mundo todo a pararem de prescrever os medicamentos, acreditando que teriam mais riscos do que benefícios.
No dia da publicação do estudo sobre a da Lancet, com 96 mil pacientes, Didier Raoult, já contestou em seu twitter. "Incorporação de dados falsificados", exclamou. Experiente, ele viu inconsistências na hora. Acertou.






Pela primeira vez as incoerências dos estudos contra o tratamento, saíram na grande mídia. Os dados eram falsos. Pacientes e hospitais que não existiam. Depois de uma ampla reação de cientistas de diversos lugares, o estudo, logo depois, foi retirado.
A mesma coisa ocorreu com um estudo da New England. Também foi retirado.
E uma coincidência: a maioria dos estudos que eram contra o uso, vinham de bancos de dados de hospitais. “A mágica do banco de dados?”, perguntou Didier Raoult em outro post.
Para quem acredita em coincidências, os estudos, bem nas duas revistas mais conceituadas, batiam exatamente com o discurso sobre os "perigos" dos medicamentos da grande mídia mundial.






Peça 33: professor de Yale, sem envolvimento emocional com os resultados, recomenda o uso precoce

27 de maio
O premiado professor de epidemiologia da Universidade de Yale, Harvey Risch, fez uma análise técnica dos estudos clínicos, não os de bancos de dados, e concluiu que o medicamento funciona e deve ser aplicado precocemente.
Seu a artigo, publicado na principal revista de epidemiologia do mundo, é especialmente importante, porque uma das acusações é de viés em estudos. Pesquisadores, tratando de pacientes, poderiam buscar resultados para publicarem seus estudos e ficarem famosos.
E o professor Harvey não tratou nenhum paciente ou conduziu algum pesquisa, apenas fez uma análise técnica.






Peça 34: mais de 50 pesquisas. Grande maioria reporta resultados positivos, mas não é "cientificamente comprovado" por algum motivo.

No dia que escrevo, 15 de julho. Temos 53 pesquisas. 32 revisadas por pares. 76% delas são positivas. Aqui, neste link é possível ter acesso a todas.
Para um medicamento ineficaz, a hidroxicloroquina tem sorte. Talvez devesse jogar na loteria.





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Peça 35: a segurança das medicações no tratamento da COVID-19

Alguns estudos focaram apenas na segurança das medicações. Com ou sem azitromicina.
Este estudo publicado na American Heart Association, explica que é um exagero. Foram 201 pacientes. Ninguém morreu. “Embora o uso desses medicamentos tenha resultado no prolongamento do intervalo QT, os médicos raramente precisavam interromper o tratamento”, concluíram.
Este outro, com 105 pacientes e idade média de 67 anos, os pesquisadores também minimizaram os riscos. “Não resultaram em arritmias fatais. Nossas descobertas sugerem que é improvável que qualquer dano supere os benefícios potenciais do tratamento”, concluíram.






Peça 36: a teoria de conspiração a favor da hidroxicloroquina é impossível

A hidroxicloroquina é um medicamento com 65 anos de idade, sem patentes e fabricado em centenas de laboratórios em todo o mundo.
No Brasil, por exemplo, temos laboratórios públicos produzindo, como o de Farmanguinhos e o do Exército, além de diversos outros privados.
É um medicamento barato. Custa menos de US$ 10 por paciente para tratar da COVID-19.
É impossível existir uma conspiração global entre laboratórios e cientistas de mais de 50 estudos para promover esse medicamento.
Porque é impossível existir uma central de propinas para corromper cientistas para que eles produzam estudos científicos favoráveis a esse medicamento. Tanto pelo baixo valor das propinas, afinal, o lucro é baixo, tanto por essa coordenação global sem chance de dar certo.
Ou seja. Os estudos sobre medicamentos baratos e sem patentes são os mais confiáveis que existem.
Por outro lado, Philippe Douste-Blazy, médico cardiologista, ex-ministro da Saúde da França e ex-subsecretário-geral das Nações Unidas, revelou recentemente que em uma reunião de porta fechada da Chattam House em 2020, ambos os editores do Lancet e do New England Journal of Medicine, declararam suas preocupações sobre as pressões criminais da grande indústria farmacêutica em suas publicações. Assista no Youtube.






Peça 37: em todos os lugares onde se aplica o medicamento, o mesmo resultado: baixas mortes entre os infectados

Aqui selecionarei alguns países e regiões que adotaram o tratamento com os medicamentos desde o início da pandemia. Neles, você poderá conferir o a porcentagem de mortos entre os infectados.
Em todos os gráficos que gerarei, e também deixarei os links para que você os acesse, você verá um comparativo com a Alemanha e a União Européia. A Alemanha é tida como um exemplo no combate ao COVID-19 e, devido aos lockdowns rígidos, jamais lotou seu sistema hospitalar.
A Alemanha funciona, nestes gráficos, como um "grupo controle", porque de lá não há notícia informando que estejam usando esses medicamentos.
Existem mais países que usam, mas sem confirmação por notícias de fontes confiáveis.






Peça 38: Malásia

"Tem sido usado para tratar pacientes com Covid-19 desde a primeira onda do surto na Malásia e mostrou sua eficácia, diz o diretor geral de saúde Datuk, Dr. Noor Hisham Abdullah".
Confirmação aqui e aqui.
Em 17 de julho, 8,755 casos, 122 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 39: Russia

"Médicos russos começarão a tratar todos os pacientes com pneumonia pelo novo coronavírus sem esperar pelos resultados dos testes para confirmar o diagnóstico, disse o ministro da Saúde do país, Mikhail Murashko"
Confirmação aqui.
Curiosidade: O jornal New York Times acusou a Rússia de estar subnotificando mortes. Eles pediram uma retratação do jornal.
Mais uma curiosidade: se negaram a parar de usar, mesmo sob pressão. "De acordo com os resultados do monitoramento da segurança dos medicamentos hidroxicloroquínicos durante a pandemia de Covid-19 na Federação Russa, não houve resultados fatais associados ao distúrbio do ritmo em pacientes com HCQ”, afirmou o ministério.
Em 17 de julho, 759,203 casos, 12.123 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 40: Turquia

Muitos países prescrevem este medicamento a pacientes intubados”, disse Koca. “No entanto, nosso conselho científico sugeriu que o medicamento é realmente benéfico nos estágios iniciais para impedir a propagação do vírus no organismo”.
Confirmação aqui.
Em 17 de julho, 217,799 casos, 5,458 mortes





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 41: Emirados Árabes Unidos

Al Hosani, porta-voz oficial do setor de saúde dos Emirados Árabes Unidos. “hidroxicloroquina e outros medicamentos antivirais”.
Confirmação aqui.
Em 17 de julho, 56,422 casos, 337 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 42: Dakota do Sul, EUA.

Duas notícias confirmam. Que Dakota do Sul fez um teste no estado todo. E que, teimosos e intransigentes, continuaram usando os medicamentos, mesmo depois de alertas do FDA.
Em 17 de julho, 7,789 casos, 116 mortes. 1,48%





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Link atualizado aqui.






Peça 43: New Brunswick, uma província no Canadá

New Brunswick se torna a primeira província do Canadá a “organizar” e “autorizar” o uso de hidroxicloroquina no tratamento de certos pacientes com COVID-19.
A confirmação está aqui.
Em 17 de julho, 168 casos, mortes. Dá 1,19%. Enquanto no Canadá inteiro, é 8,08%.
Link atualizado aqui.






Peça 44: Costa Rica

Aplicam desde que fizeram uma conference call com Chineses. Eles ensinaram.
Curiosidade: a BBC fez uma matéria sobre os excelentes números. Diziam ser um sistema de saúde sólido, e não citou a medicação.
A pergunta que fica: 90% mais sólido e eficiente que a Alemanha? Engraçado é que esse sistema sólido, em outros números da saúde, como mortalidade infantil, não se mostra tão superior.
Em 17 de julho, 9,969 casos, 47 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 45: Marrocos

"Zemmouri acredita que 78% das mortes relacionadas ao coronavírus na Europa poderiam ter sido evitadas se os estados europeus refletissem a estratégia de cloroquina do Marrocos", disse o principal cientista do país.
E continuaram usando, mesmo com alertas.
Em 17 de julho, 16,726 casos, 264 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 46: Índia

É um dos países que mais faz estudos com o medicamento, como este e este.
E ao contrário do que a OMS recomendava, expandiam o uso.
Em 17 de julho, 1,040,457 casos, 26,285 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 47: Cazaquistão

A principal médica do país informava porque continuaria usando, mesmo com os alertas da OMS.
Em 17 de julho, 66,895 casos, 375 mortes.





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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.






Peça 48: olhar para esse gráfico e não enxergar, tem nome: negacionismo científico






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Gráfico gerado em 17 de julho. Para o atualizado, clique aqui.
Olhar para todos esses resultados, muito melhores que a Alemanha, que é um exemplo para o mundo, em todos os aspectos relacionados a saúde pública, e muito superior a União Européia, e concluir que é apenas uma coincidência, tem nome: negacionismo científico.
A ciência explica: quando você reproduz uma experiência, e ela gera os mesmos resultados, significa que você tem uma… comprovação científica.






Peça 49: o caso da Suíça e a suspensão do medicamento

No fim de maio, quando a Lancet publicou o estudo fraudulento, diversos países decidiram cancelar autorização de uso. A Suíça foi um deles. Proibiu no dia 27 de maio. O país vinha com uma quantidade baixa de mortes diárias.
Entre os dias 28 de maio até 7 de junho, apenas duas pessoas, no país todo, morreram de COVID-19.
A partir de 8 de junho, até o dia 23, a Suíça teve 35 mortes.
A suspensão não durou muito. A Suíça voltou a autorizar o uso pelos médicos.
Após o dia 23 de junho, as mortes voltaram a um nível baixo. Nos 15 dias seguintes, a Suíça teve apenas 7 mortes. O gráfico pode ser visto aqui, no site Worldometers.
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A reportagem completa e esse segundo gráfico pode ser lida aqui, no site da France Soir.






Peça 50: tudo que você precisa dizer que são coincidências para manter a narrativa que o medicamento não funciona

1 — Você precisa concluir os números apresentados pela Índia, Russia, Turquia, Malásia, Cota Rica, Emirados Árabes Unidos, Cazaquistão, Marrocos, Dakota do Sul e New Brunswick, exatamente os lugares que anunciaram o uso do medicamento e posteriormente apresentam uma taxa de fatalidade baixa, representam apenas uma coincidência ou obra do acaso.
2 — Você precisa concluir que com a suspensão da hidroxicloroquina na Suíça, por alguns dias, e o aumento de mortes a seguir, e depois a redução novamente, representam apenas uma coincidência ou obra do acaso.
3 — Você precisa concluir que, por coincidência ou obra do acaso, estudos fraudulentos foram publicados justamente nas duas revistas mais importantes de medicina do mundo, a Lancet e a New England, encaixando como uma luva na narrativa oficial da grande mídia sobre os "perigos" do medicamento.
4 — Você precisa concluir que os repórteres da BBC que fizeram matérias sobre os excelente números apresentados pela Costa Rica e pela Índia, escreveram de tudo, e por coincidência ou obra do acaso, só esqueceram de perguntar quais medicamentos eram utilizados nos respectivos países.
5 — Precisa concluir que por coincidência ou obra do acaso, tanto as polícias de São Paulo, no caso da Prevent Senior, como a de Marselha, onde fica o hospital em que Didier Raout é diretor, assim como suas respectivas imprensas, mesmo meses depois, ainda não descobriram quadrilhas de falsificação de atestados de óbitos ou de ocultação de cadáveres.
6 — Precisa concluir que quase 80% dos estudos serem positivos, entre os aproximadamente 60 já feitos sobre a hidroxicloroquina, sejam, também, coincidências.
7 — Precisa dizer que cientistas responsáveis pelo famoso estudo dos veteranos, hoje serem patrocinados pela Gilead, conforme mostra esse twitter, representa apenas uma coincidência.






Peça 51: o ranking e a lógica que os cientistas não sabem levar em consideração

Bolsonaro tentou, em uma de suas atitudes ditatoriais, parar de divulgar números de mortos pelo Coronavírus no Brasil.
Não durou nem 24 horas. Um consórcio da imprensa passou a contabilizar.
Segundo o Ranking do Repórteres sem Fronteiras, o Brasil é número 107 no mundo em liberdade de imprensa.
Costa Rica é o sétimo. Estaria sub notificando por meses sem a imprensa descobrir? Malásia é 101.
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Imagine que você é um líder de um país e fez tudo errado na hora de lidar com a pandemia. Você tem muitos cadáveres em sua conta. Logo depois você consegue descobrir um modo de subnotificar as mortes sem que a imprensa descubra.
Você colocaria sua taxa de mortalidade muito melhor que o da Alemanha? Você quer passar despercebido ou chamar seu povo de idiota e terminar sua vida pendurado como Mussolini?
Eu, sendo este líder, choraria os mortos, diria que o coronavírus é um desastre para o país, criaria uma taxa de mortos semelhante a da Alemanha, faria homenagens, distribuiria medalhas para os principais médicos do país por conseguirem chegar nesses números, e ainda acusaria a oposição de não acreditar no potencial da medicina e dos cientistas do país, ao preverem um desastre que não ocorreu.
E assim eu sairia carregado nos braços do povo.






Peça 52: cientistas brasileiros são colonizados mentais e preconceituosos






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A Índia lança satélites, já lançou uma espaçonave até Marte.
A Russia ficou sozinha, por mais de 10 anos, abastecendo a Estação Espacial Internacional, levando e trazendo astronautas de lá, depois do fracasso do projeto do ônibus espacial, com acidentes fatais em 40% das espaçonaves construídas.
A China, constantemente, coloca, com segurança, astronautas em órbita. Os três países possuem bombas nucleares.
Cientistas proeminentes da Índia, são a favor do uso da hidroxicloroquina. Inclusive, a Índia é uma das líderes nas pesquisas do medicamento.
China ensinou a Costa Rica a usar. Os Russos disseram um foda-se quando a OMS disse para eles pararem de usar a hidroxicloroquina.
Mas os indianos são todos feios, de cor escura, se vestem de modo esquisito e boa parte do país vive em favelas. Os chineses são esfomeados e fazem sopas com morcegos. E os russos estão o tempo todo bêbados de tanta vodka. Pelo menos esse é o estereótipo criado para idiotas.
Enquanto isso, a classe médica/científica do Brasil, um país que não lança satélites nem possui bomba atômica, é em quase toda sua totalidade branca em um país que 50% é afrodescendente.
São de origem de classe alta ou de média alta e deslumbrados com os EUA. Só tem olhos para América do Norte. Eles desdenham a China, Rússia e Índia.
Essa classe possui, como meta de vitória na vida, a participação de congressos ou uma temporada de estudos nos EUA. E se der tempo, claro, aproveita para dar uma passada Disney, para não perder a viagem. Tudo publicado, claro, em seus respectivos instagrams.
Acham a ciência e os cientistas dos EUA insuperáveis, mesmo que a ciência de lá, até hoje, avançadíssima, não tenha conseguido definir se George Floyd morreu sufocado com o joelho do policial, ou se teve um infarto ou overdose naquele momento.
Com mais de 80% deles votando em Bolsonaro, devido ao viés fascista e classista, hoje já viram que o presidente eleito não é "limpinho" e se colocam como arrependidos, enquanto levantam a bandeira da ciência para se sentirem diferenciados.
Em seus facebooks e twitters, estão em guerra contra a hidroxicloroquina. Querem ser iguais os norteamericanos. Compartilham, como prova definitiva do não funcionamento da hidroxicloroquina, um estudo publicado no santo graal da ciência, a New England Journal of Medicine, deficiente em testes, enquanto ignoram semelhantes, mas com testes, feitos na Índia, mas publicados na Indian Journal of Medical Research.






Peça 53: psicologia de grupos e selo o de qualidade

É simples. Você médico, professor de medicina, biólogo, cientista ou divulgador científico, pegue a narrativa oficial de que não há comprovação científica, não analise os números, estudos e dados, e cole em você mesmo um selo de profissional melhor que os outros. Diga que os médicos que receitam esse medicamento não seguem "medicina baseada em evidências".
Em se alguém discorda de você, não esqueça de tentar colar nessa pessoa o selo de "negacionista", ou tente apelidá-lo de "cloroquiner". Você também pode chamá-lo de irracional, mesmo com quase 80% das pesquisas sendo a favor, ou de picaretas.






Peça 54: porque é ridículo falar em randomizado, duplo cego, revisado por pares…

"Se a única ferramenta que você tem é um martelo, tudo começa a parecer com um prego", Abraham Maslow
A principal função dos cientistas e jornalistas que escrevem sobre ciência, no Brasil, desde o início da pandemia, é explicar, diariamente, a aula de Fauci: o que é o "padrão ouro" dos testes de medicamentos: randomizado, duplo cego, revisado por pares e a publicação na "revista de impacto". O mundo inteiro já sabe disso.
Explicações técnicas para o grande público sempre ocorrem em grandes eventos. Quando o Boeing 737 da Gol bateu de frente com outro avião, em 2006, sobre a floresta amazônica, matando todos os ocupantes da aeronave, o país todo entendeu o que era um transponder e um TCAS.
A explicação do RTC (Randomized controled trial), hoje, vem geralmente acompanhada de uma reclamação de novamente ter que "explicar o básico". Alguns chegam a ter a ousadia de pedir para que cientistas do mundo parem de publicar estudos observacionais sobre a hidroxicloroquina.
Entretanto. É ridículo pedir, justo em uma pandemia, o nível A de evidência. (Diversos estudos RTC).
Se formos pedir isso, 89% dos medicamentos utilizados na cardiologia, que não possuem evidência A, devem ser também proibidos. E consequentemente, os médicos que os receitam, devem ser chamados de "negacionistas".






Peça 55: peça sabotada?

A Organização Mundial da Saúde também patrocinou um estudo com hidroxicloroquina. É o Recovery Trial da Universidade de Oxford. É um estudo completo "padrão ouro".
O protocolo do professor Didier Raoult foi ignorado. Só hidroxicloroquina e para pacientes bastante doentes. A média foi de cerca de 9 dias depois dos sintomas, com 60% já precisando de oxigênio. E 17% já precisando de ventilação.
Enquanto Didier alega 0.6% de mortes em seus estudos. Em Oxford, 25% do grupo tratamento morreu.
A dose foi de 2400 mg no primeiro dia, quatro vezes maior que o protocolo da França. Depois seguem aplicando 800mg diários.
Eu que não sou especialista, já havia lido o estudo da Fiocruz, na Amazônia, com dose de 1200 mg. Lá os cientistas já falavam que essa dose era alta demais e não deveria ser usada.
No Recovery, eles dobraram a dose.
O maior estudo, o mais completo, e eles não leram o estudo da Fiocruz?
Faz diferente, com uma dose tóxica, diz que não funciona e gera notícias para o mundo. E foi uma dose, inclusive, inédita. Nunca ninguém usou essa quantidade de hidroxicloroquina para nenhum tratamento de nenhuma doença.
Pode ser só mais uma coincidência. Mas aposto que hoje temos pesquisadores, dentro da Fiocruz, desconfiados e começando a entender o que está acontecendo.






Peça 56: a situação geopolítica






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Delegacia de polícia em Mineapolis, depois da morte de George Floyd.

Trump ao falar do estudo de Didier fez um enfrentamento aos cientistas norteamericanos. Isso mexeu com egos e criou-se uma reação. Ao mesmo tempo, a Gilead achava que tinha uma carta na manga, confiantes com o sucesso do Remdesivir, cujos resultados estavam para sair.
Nunca duvide do poder de comunicação e influência de uma empresa que fatura 22 bilhões de dólares. É infantilidade duvidar disso.
A hidroxicloroquina, barata, sem patentes e sem uma grande corporação por trás, não tem poder de barganha. O medicamento foi atacado e desqualificado.
Os miquinhos amestrados da big pharma conseguem manter a narrativa que outros medicamentos não funcionam. Mas o script falhou: as grandes indústrias farmacêuticas não estão conseguindo dizer que seus lucrativos medicamentos funcionam, apesar do enorme marketing.
Na verdade, além de não reduzir mortes, o Remdesivir tem causado insuficiência renal e deixado pessoas em máquinas de diálise. E mais uma coincidência: não vi notícias na grande mídia sobre os graves efeitos colaterais deste medicamento.
No fim das contas, não é uma "guerra científica", mas sim de narrativas. E a hidroxicloroquina vai ganhar.
Não dá para segurar dados de resultados de outros países por muito tempo. Também não dá para proibir os países de usá-los, apesar das tentativas, como o lobby ocorrendo sobre a Rússia, com seus excelentes números, que já estão incomodando.
Logo a narrativa que não funciona vai ruir como um castelo de cartas. Não dá para ser tudo coincidência.
O problema é quando isso ocorrerá.
Em um contexto político nos EUA de ânimos acirrados, de vidas negras importam, de bugaloo boys, aceleracionistas, e 100 milhões de pessoas com armas em casa, esse recuo precisa ser muito bem planejado.
É ano de eleição nos EUA, a cadeira de presidente vale muito.
Além disso, Trump, com seus arroubos em busca de resultados rápidos, ignorou a estratégia de “diplomacia triangular” de Henry Kissinger, que garantia a supremacia dos EUA. Trump implantou sanções econômicas tanto na Rússia como na China ao mesmo tempo. Um erro estúpido.
Agora os dois países estão mais amigos do que nunca. Dos BRICS, o Brasil e a Índia já caíram. O Brasil com o golpe de 2016, que nos retirou a independência e nos deixou um quintal dos EUA, fazendo valer a doutrina Monroe, e a Índia, com sua tradicional falta de autoestima e eterno sentimento de colônia.
Hoje é só RC. E a China vem aí com sua formidável "nova rota da seda", quase concluída, para terminar de alavancar toda a Ásia. É uma ameaça existencial aos EUA.
Neste contexto, o "deep state", que é o governo norteamericano não eleito, o complexo industrial militar, o maior e mais rico lobby do mundo, chegou para ajudar na narrativa de que a hidroxiclorouina não funciona. A proporção ficou bem maior.
O "deep state" só tem um único objetivo: derrubar Trump e salvar o império. Para isso ele precisa ser o pior presidente do mundo na condução da pandemia. A hidroxicloroquina, seria seu acerto. Caos, nos EUA, derruba presidente.
Didier Raoult, caiu no meio dessa panela fervente. Ele teve uma boa percepção. Em seu depoimento na assembleia francesa, ao disse que os EUA estavam em uma "guerra civil".
Essa guerra civil vem de longe. O "russian gate" não colou. Não tinha provas, apesar de anos e anos tentando.
Ao mesmo tempo que Trump é péssimo para seu povo, e acirra ânimos dentro dos EUA, ele é bom para o mundo. Não criou guerras externas, apesar do "deep state" ter jogado cascas de banana para ele, como quando fez Trump autorizar o assassinato do general Soleimani, antes aliado no combate ao estado islâmico, com informações falsas.
O Irã reagiu, lançando mísseis sobre as bases norteamericanas no Iraque. Trump não seguiu batendo os bumbos da guerra.
Ou seja, Trump é, realmente, em certos aspectos, anti-sistema. Fez certo. Perderiam para o Irã. Em todos os exercícios de guerras simuladas ali, em nenhuma os EUA vencem. Imaginem uma pandemia e o estreito de Ormuz, onde passa 80% do petróleo do mundo, fechado, ao mesmo tempo!
Obama, com sua cara de bom moço, Nobel da Paz, e discursos bonitos, enganou todos nós. Não mudou nada. O partido democrata é o retrato perfeito "establishment" norteamericano. Sob seu comando, e de Hillary Clinton como secretária de estado, só vimos guerras capitalistas, híbridas, reais e revoluções coloridas.
A Líbia hoje é um paraíso de treinamento de terroristas e de comércio de escravos. A Síria resistiu com a ajuda da Russia.
Brasil, Ucrânia, e outros: guerras híbridas e revoluções coloridas.
Além disso, sob o comando de Obama, mais apoio ao neoliberalismo, aumentando a diferença social nos EUA.
Trump não iniciou guerras externas. O máximo que fez foi lançar diversos mísseis Tomahawks em um aeroporto vazio na Síria, e mesmo assim boa parte foi interceptada por antiquados, mas ainda eficientes, sistemas Russos S-200. Foi apenas o show pirotécnico mais caro do mundo.
E com Trump no poder, mais uma boa notícia: até guerras híbridas e revoluções coloridas perdem a eficiência. Ele não sabe disfarçar. A inteligência chinesa, entendeu na hora, tudo que ocorre em Hong Kong e já desarmou a bomba.
Enquanto isso, o partido democrata, o cemitério da esquerda nos EUA, nutria mais medo de Bernie Sanders do que de Trump, e o sabotava, tanto nas prévias de 2016, como na de agora. Lançaram Biden, já quase senil.
Com Biden liderando as pesquisas, só há uma certeza: a narrativa oficial sobre as evidências científicas da hidroxicloroquina não pode mudar.
“O propósito da mídia não é o de informar o que acontece, mas sim moldar a opinião pública de acordo com a vontade do poder corporativo dominante", Noam Chomsky






Peça 57: a situação política no Brasil


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Acredite, não é photoshop. Bolsonaro oferece hidroxicloroquina para uma ema, que nega.

Bolsonaro só fala de hidroxicloroquina para desviar de assunto. Sempre que as investigações chegam perto dele e de sua família, ele faz algum espetáculo com esse medicamento. Só eu que percebi isso?
Assim ele joga seus fanáticos, cada dia mais radicalizados, para urrarem.
Ele, na verdade, nunca quis implantar o tratamento com hidroxicloroquina. Na verdade, esse governo confessa outras coisas: dizem que mortes de idosos melhoram as contas da previdência.
Bolsonaro quer, na verdade, o caos. Resta a ele tentar um autogolpe. É a única opção para tentar se salvar.
Só que Bolsonaro não é um Trump. Seus apoiadores são 15% de fanáticos quase religiosos. Trump trazia números para a economia, sendo, na verdade, anti-neoliberal. Ele possui cerca de 40% de popularidade.
Aqui, com o neoliberalismo entreguista e subserviente aos interesses dos EUA, Bolsonaro e Guedes, o ministro da economia, nunca trouxeram bons números. "É a economia, estúpido", já explicava James Carville, marqueteiro de campanha de Bill Clinton.
O apoio de Bolsonaro vem só de fiéis baseados em ódio reacionário proto-fascista.
Enquanto isso, a esquerda brasileira e mundial, tradicionalmente rápida em desconfiar dos EUA quando lê qualquer notícia sobre o Oriente Médio, Venezuela, Bolívia, Russia e Petrobras, porque envolvem grandes interesses financeiros do petróleo, pelo quase ineditismo, ainda não aprendeu a desconfiar de narrativas que envolvem outro ramo altamente lucrativo: o farmacêutico.
Vi comentaristas de esquerda com críticas pesadas à "maldade" do governo dos EUA quando compraram quase todo o estoque de Remdesivir. "Eles só pensam neles", um deles disse. Que fiquem com tudo. Esse medicamento não serve para nada.
E o pior são cientistas de esquerda o discurso perfeito para agradar as grandes indústrias farmacêuticas: que um medicamento só pode ser aplicado com o teste "padrão ouro", que é caríssimo e na prática só medicamentos onerosos, das poderosas indústrias farmacêuticas, possuem.
E pior: os testes randomizados e controlados não são garantia de nada.






Previsões para o futuro

1 — Algum cientista um dia estudará isso como o maior caso de viés de confirmação da história.
2 — O mais interessante de tudo, é que acompanhando essa história, vi que na ciência não se pode mentir grosseiramente. Influências externas podem atrapalhar bastante, e criar narrativas, mas são desmascaradas. A dose do estudo de Oxford, expondo a fragilidade do experimento, e os dois estudos com dados falsos, caíram na hora. Portanto, a confirmação virá. A verdade, ao que parece, na ciência, vence. Será consenso entre os cientistas em breve. É uma história grande demais para ser esquecida.
3 — A ciência será repensada. Ela desenvolverá métodos para se proteger de grandes interesses financeiros e políticos.
4 — A idiotice do conceito de "revistas de impacto" será repensada. Não faz sentido que publicações nessas revistas sejam sinônimo de status e de única verdade. Sendo que muitos cientistas precisam pagar para que seus estudos sejam publicados nelas.
5 — Qualquer mudança de "narrativa oficial", antes das eleições nos EUA, só ocorrerá se a China e a Rússia decidirem que, para seus interesses geopolíticos, é melhor Trump reeleito. Sozinho, Trump não tem capacidade de mudá-la.
6 — Depois que a verdade prevalecer, a culpa dos mortos sem tratamentos, empresas quebradas, depressão econômica e milhões de desempregados, recairá apenas nas grandes empresas farmacêuticas. Quantos inocentes!






Meu alertas

Ao cientistas progressistas: essa doença tem uma fatalidade maior entre os mais pobres e negros. Os ricos estão tomando em seus consultórios particulares e médicos bolsonaristas. Sem seu apoio, as maiores vítimas serão exatamente os que a esquerda visa proteger. Como ficará o discurso? A acusação será de desprezo pelos mais vulneráveis.
Além disso, a ciência já e atacada diariamente por esse governo obscuro, imagine depois que o tratamento for "confirmado cientificamente". Como se todas essas evidências não fossem evidências científicas.
E afinal, vocês esperam que essa confirmação saia da boca de quem? Do Anthony Fauci? Não serve o dono da Prevent Senior, que recentemente afirmou que em seus hospitais, no primeiro semestre de 2020, morreu menos gente que no primeiro semestre de 2019, mesmo com a pandemia?
Aos cientistas conservadores: vocês ainda não perceberam que estão sendo feitos de trouxas por Bolsonaro, esse político que vocês defendem com tanto empenho? Se ele quisesse implantar o medicamento, e não só fazer palhaçada, ele teria nomeado um de vocês, com currículo, para o ministério da saúde, onde vocês poderiam sustentar, com argumentos reais e científicos, a utilização. Em vez de chamá-los, ele marca reuniões com apoiadora que defende enxofre para a cura.
Aos médicos que não prescrevem: para se diferenciar e afirmar que é um profissional melhor, você bate no peito e afirma que segue as "evidências científicas", como se não houvessem. O que você fará com sua consciência depois da morte de um paciente que solicitou os medicamentos, você negou dando uma aula sobre sua ética científica, e depois veio a "confirmação", mesmo com todas as evidências em sua frente há muito tempo, as quais você nega vê-las?






Por que escrevi este artigo?

Estudei o assunto à exaustão. Queria saber se eu devo tomar esses medicamentos caso contraia vírus. Minha decisão está tomada: se eu pegar a COVID-19, vou atrás de médicos para que me receitem o protocolo de Didier Raoult. Adicionarei zinco.
Não acredito em coincidências. Não quero opinião deles, eu já tenho. Se o primeiro se negar, avisarei que irei de consultório em consultório, espalhando o vírus, até achar um médico que faça a receita.
A ideia de escrever é explicar tudo que sei para meus amigos e parentes, para que caso contraiam, eles não tenham mais medo do medicamento do que da doença.
E coloco publicamente porque quero esses medicamentos disponíveis em todos os postos de saúde, como política pública de verdade, para que os amigos sem dinheiro também tenham acesso.
E escrevi por uma questão de ética. Deixo as fake news com a extrema direita. É deles esse rótulo. Não serei parte de uma engrenagem que envia notícias afirmando que as pessoas podem ficar cegas se tomarem esses medicamentos.
Eu não vou colaborar com fake news só porque é uma ideia defendida por quem quero eliminado da política. Antes salvamos pessoas, depois resolvemos essa imbecilidade coletiva que tomou conta do governo.
A democracia, no Brasil, de tempos em tempos, morre. O STF- Superior Tribunal Federal, está em constante ameaça pelo bolsonarismo, que visa se blindar contra investigações. Ministros querem prender juízes. O executivo incentiva protestos pelo fechamento do tribunal. Só poucos sem cérebros participam desses protestos. Agora entidades acionam o STF, usando a "ciência", para que eles barrem a hidroxicloroquina.
Nos EUA, eles precisam manter a narrativa de que o medicamento não funciona por apenas alguns meses. Talvez consigam. Aqui, nossa próxima eleição será em 2022.
Esse STF é ruim e lavou as mãos durante o golpe de estado de 2016. Assim criaram monstrinhos. Mas é o que temos, hoje, para nos protegermos do autoritarismo. Sem eles, seria pior.
Se o STF toma a atitude de barrar o medicamento, e posteriormente virá a "confirmação" da eficácia, o bolsonarismo terá um discurso fácil contra o tribunal. "O STF escolheu matar as pessoas", dirão, com facilidade.
Não serão apenas 200 ou 300 pessoas querendo fechar o tribunal. Serão milhares de zumbis querendo incendiar o prédio e com fome de cérebros de juízes. Eu não desejo ver nem o STF nem a ciência brasileira achincalhada.
Dúvida: essa ação visa também barrar 90% dos medicamentos da cardiologia que nunca passaram por um RTC (Randomized controled trial)?






Se algum idiota chegou até aqui e ainda acha que sou bolsonarista

Eu provo que não sou. Logo depois do golpe de estado de 16, fiz um filme para o Festival Nacional de Nanometragens. (até 45 segundos). Era um filme político. Denunciei o o neoliberalismo. Esse filme foi premiado. Depois foi selecionado para ser exibido em festivais na França Portugal e EUA. O youtube não aceita alterar arquivo ou data de publicação. Assista aqui e veja a data de publicação.
No ano seguinte, fiz outro. A idéia era denunciar Bolsonaro para o mundo. Este também foi selecionado para festivais na Europa e EUA. Assista aqui.






Filipe Rafaeli é profissional da comunicação, cineasta e piloto de acrobacias aéreas. Quem quiser entrar em contato, comentar, saber novidades, estou no twitter. https://twitter.com/filipe_rafaeli
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