Por Maria Augusta Ribeiro
Utopia ou não, mas os melhores empregos do país e mais bem remunerados estão no governo, onde este ano cerca de 22 milhões de vagas estão sendo disputadas por concurseiros ávidos por estabilidade profissional.
O Brasil é o pais do concurso público, que estimula um mercado de cursos preparatórios, cria diferentes técnicas para atingir o sucesso nas provas, e até mesmo se utiliza de estatísticas para saber quantos concursos serão necessários fazer até alcançar o seu lugar ao sol.
O direito à conquista ao tão sonhado emprego não é a questão, e sim o puro e simples objetivo de passar em qualquer concurso, para qualquer cargo, e assim que conquistar a vaga, se preparar para o próximo que pague mais.
Sendo um dos poucos países no mundo que estimula o inchaço do funcionalismo público e que destina altas somas de dinheiro para garantir a permanência do seu staff, o Brasil poderia observar o exemplo de outros países que não remuneram seus funcionários públicos, a fim de estimular ideais em vez de cabide de empregos.
Uma opção inteligente do governo seria a iniciativa de um plano de cargos e salários efetivo em todo o sistema governamental do pais, e assim poderia despertar em seu staff iniciativas pessoais antes adormecidas, como a proposta de melhoria do setor onde trabalham, ou mesmo desenvolver políticas governamentais inovadoras para o país.
Mas a realidade do funcionalismo público hoje é diferente, fazendo com que os que trabalham muito sejam levados ao contágio do marasmo praticados por muitos, afinal no fim do mês a remuneração é a mesma se for ou não um funcionário proativo.
É sensato dizer que se a economia brasileira fosse percebida pelo povo como forte e estruturada, a indústria do concurso público não existiria, e provavelmente muitos concursados hoje estariam trabalhando para a aquecida iniciativa privada.
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