Segundo Karl Marx “A religião é o ópio do povo.” (Marx, 1844).
Não concordo plenamente com esta frase. A religião, melhor dizendo, as religiões são necessárias a uma Sociedade. São uma Instituição sólida cuja suas funções objetivas que visam formar opinião, formar um grupo organizado sociável e cuidar da saúde espiritual e emocional das pessoas, amparando-as nos momentos difíceis, consolando da dor da perda de um ente querido, levando esperança de dias melhores. Mas as funções da religião vão mais além. Estudiosos afirmam ser ela uma extensão da família já que a mesma possui indiferente de sua denominação dogmas, normas a serem seguidas que ajudam a formar um cidadão. A família que é religiosa é mais unida, o casal é mais harmonioso, os filhos possuem um temperamento mais calmo, são mais obedientes e as chances dos mesmos delinqüirem são bem menores devido ao fato que são ensinadas que Deus é Onipresente e todo ato cometido seja bom ou mau Ele sabe e julgará depois.
A religião passa a se tornar um ópio (principio do qual deriva a heroína, uma das drogas mais violentas que existem que pode matar) quando entra o fanatismo.
Fanatismo é o excesso, o exagero das interpretações equivocadas acompanhadas de por retórica e persuasão que distorcem um termo de um texto sagrado de uma religião levando muitas vezes o individuo cometer crimes afirmando estar embasado nas escrituras sagradas. Exemplos não nos faltam. No Oriente vemos os mulçumanos explodindo-se em bombas porque Allah (Deus) lhes dará o paraíso, porque estão matando muitos infiéis (pessoas que não professam a fé mulçumana). A religião mulçumana prega a paz. Em seu livro sagrado o Corão ou Alcorão jamais afirma isto deixando ao contrário que matar é crime inclusive contra Deus.
No Brasil temos o exemplo de um marido desempregado, ciumento e fanático que matou a esposa quando esta conseguiu um trabalho, comprou comida demonstrando extrema felicidade pois em anos iriam enfim saborear uma boa refeição, ato que desagradou extremamente o marido que lhe desferiu muitos golpes de faca. No tribunal, sem advogado e com a Bíblia em mãos, declarou ao juiz que dispensara o advogado pois Jesus era o seu e que matou a esposa sem medo pois estava cumprindo o que estava na Bíblia e citou o texto que diz: “o marido é o cabeça da mulher.” (Efésios 5:23a). Em sua interpretação distorcida ele como marido é quase um deus, a mulher é sua escrava e lhe deve total submissão e obediência. O fato de ter ido trabalhar fora e fazer uma saborosa com o dinheiro que recebera violou o seu princípio que ele era um semideus, o provedor. Foi exatamente o que Paulo, não Jesus Cristo disse, que a função do marido era prover o lar. Não deu ao marido plenos poderes, inclusive de decidir sobre vida e morte da esposa até mesmo que a Bíblia em outro livro diz afirma categoricamente: “Não matarás.” (Mateus 5:21a). O indivíduo foi condenado à pena máxima e saiu do júri afirmando que cumprira a lei de Deus. Como percebemos uma sucessão de erros cometidos por uma pessoa sem nível escolar satisfatório, portanto desprovido de qualquer senso de analise e interpretação de texto, mergulhado em desespero pela sua condição de desempregado e estimulado por palavras que ditam paz, harmonia, que apontam sim uma ordem na Sociedade, mas que em momento algum sugerem que devemos matar em nome de Deus para evitar o pecado.
Marx era ateu. Sua frase é culta, de impacto, mas nem ele sendo um intelectual, um pensador, formador de opinião, atentou-se que ser ateu é também uma forma de religiosidade a qual merece respeito assim como todas as denominações religiosas, pois ao homem foi dado o livre arbítrio e estamos amparados por leis da Sociedade que nos dão liberdade de culto e religiões, livre pensamento e liberdade de expressão. Respeitar uma religião, uma forma de religiosidade não nos dá o direito a atacar, menosprezar a religião do outro, nem o agredir fisicamente atentando contra sua integridade física, nem invadir seu espaço sagrado cometendo atos de vandalismo. Todos nós temos o direito de professar nossa fé ou não fé plenamente, sem excessos, sem o ópio viciante do exagero fanático. Religiosidade, religiões são bem, não mau. São união de pessoas mesmo que freqüentem denominações diferentes pois os princípios são os mesmos independente deste fator formam uma Instituição que são um dos pilares que sustentam uma Sociedade tornando-a mais harmônica, com mais Moral e Ética, melhor para se viver e desenvolver nossa família.
POR: Ivete Depelegrim Ribeiro - Estudante de Comunicação Social Jornalismo - Maceió/Al.
Via Blog Criticando a Mídia - @ivetedepelegrim/@DepelegrimIvete
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