Diplomacia brasileira prepara nota em que vai pedir o cessar fogo imediato e a entrega do poder pelo ditador líbio como forma de pacificar a região.
O governo brasileiro esperou apenas a partida do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para encomendar ao Ministério das Relações Exteriores uma nota à imprensa em que defende o fim dos ataques aéreos na Líbia e das hostilidades no país. No documento, o governo brasileiro deve destacar a necessidade de buscar a paz e o diálogo, evitando o acirramento do conflito.
De acordo com diplomatas, a nota deve ser divulgada até o começo da noite. O comunicado ocorre no momento em que, alegando proteção de civis, as forças de coalizão internacional completam o terceiro dia de lançamento de mísseis sobre a Líbia.
A ação militar foi iniciada no sábado, após autorização do presidente americano, Barack Obama, enquanto visitava a presidente Dilma Rousseff em Brasília. O governo brasileiro não se pronunciou durante todo o fim de semana, enquanto Obama cumpria agenda em solo brasileiro.
A iniciativa agora adotada segue o exemplo da Turquia e da Índia, que defenderam o cessar-fogo e a entrega do poder pelo ditador líbio, Muamar Kadafi, como forma de acabar com o impasse e os confrontos na região. Há mais de um mês, a Líbia vive em clima de guerra com forças leais a Kadafi enfrentando oposicionistas.
A crise agravou-se na semana passada, com a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de autorizar a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia e outras “ações”, em caso de necessidade. Na prática, o conselho autorizou a comunidade internacional a determinar intervenção no país.
A decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi aprovada por dez países. Não houve rejeições, mas o Brasil, a China, a Índia, a Rússia e a Alemanha abstiveram-se. Para o governo brasileiro, o uso da força na Líbia pode agravar ainda mais a violência na região. O ideal, de acordo com o governo, é buscar o diálogo e a negociação.
O assunto é tema de uma reunião extraordinária hoje (21), em Nova York, do Conselho de Segurança. A pedido do Líbano, os 15 representantes dos países no órgão – dez rotativos, inclusive o Brasil, e cinco permanentes – devem discutir a crise na região e a manifestação de Kadafi anunciando o cessar-fogo.
(Com Agência Brasil)
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/itamaraty-prepara-nota-em-que-condena-ataques-da-coalizao-contra-forcas-de-kadafi
Acesso em: 21 mar 2011.
Pesquisa: Ivete Depelegrim Ribeiro - @ivetedepelegrim
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