Nada como o fim das eleições para as máscaras começarem a escorregar... E quando digo máscaras não me refiro tão só ao seu sentido menor e vulgar, as de cunho subjetivo, refiro-me ainda as de cunho objetivo... O Carnaval está aí... Você já escolheu sua fantasia? Bom, a menos original, adianto, é a de palhaço... Que tal bobo da corte? Mais nobre, será o palhaço do Rei do Brasil...
As promessas de campanha da nova Presidente de Brasil em apertada síntese:
Reformas: Priorizar a reforma tributária.
Contas públicas: Cortes nos gastos públicos, desde que não comprometam os investimentos.
Infraestrutura: Aumentar a captação de poupança e financiamentos privados para investimentos.
Economia: Manter o tripé de equilíbrio fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante.
Desoneração: Desonerar salário e investimentos, além de itens de necessidade básica, como alimentos, remédios e energia elétrica.
Habitação: Fazer algumas alterações no programa Minha Casa Minha Vida, entre elas a inclusão da reforma de casas e a redução da burocracia.
Social: Focar-se na distribuição de renda por meio do Bolsa Família e investimentos em educação.
E o que há por detrás das máscaras?
Reforma tributária não haverá se não for criado o IVA para os impostos indiretos, buscando uma maior simplificação no caótico Sistema Tributário Nacional, o ICMS é sem sombra de dúvidas o maior dos problemas para o crescimento empresarial. Não creio na sua criação... Não haverá reforma tributária nem crescimento se não se desonerar a produção. Aqui, a carga fiscal representa em média 25% do preço final dos produtos, percentual maior do que o cobrado no México (15%), na Argentina (21%) e na Coréia do Sul (10%), por exemplo. Também é superior às taxas de países desenvolvidos, como Alemanha (16%) e Estados Unidos (8,4%), pela média de Nova York. Em compensação, o imposto sobre a renda no Brasil é menor. A alíquota de 27,5% é inferior à cobrada no México (31%), na Argentina (35%), na Coréia (40%), na Alemanha (44%) e nos Estados Unidos (47%). O problema desse tipo de sistema é que ele compromete a distribuição de renda (cantada finalidade do atual e do próximo governo) e faz com que a carga tributária seja mais pesada para famílias mais pobres. Isso porque os impostos que incidem sobre a produção e aparecem nos preços finais das mercadorias consumidas são pagos da mesma forma por toda a população pelo fenômeno da repercussão. Não creio em dita desoneração...
Será perpetrada supra reforma Presidente Dilma Rousseff?
Feita a reforma tributária nestes moldes haverá inelutavelmente uma substancial perda de arrecadação dos entes federativos... A União por certo terá que aumentar a partilha de suas receitas com os entes federativos para não comprometê-los e/ou desagradá-los politicamente, o que geraria mais uma perda arrecadatória, perda esta, que em se implementando a reforma nestes moldes, seria sentida pelos estados de forma aditivada com relação ao ICMS... Cogitar de uma crise interfederativa? Talvez não...
Mas o governo ao mesmo tempo que firmou o compromisso com a reforma tributária vem bradando aos quatro ventos que não poderá perder arrecadação tendo em vista as necessidades premente de obras de infraestrutura já a muito postergadas e a "continuação", diria início, das obras do PAC... Alguma mágica que não percebi estaria sendo guardada a sete chaves? Improvável... Poderiam me ponderar: Ora, basta diminuir custos, esta, por sinal a expressão da moda entre os membros que formarão o ministério Dilma... Questiono: Como diminuir custos com um país que adota um modelo retrógrado, que vinha sendo modernamente repaginado por FHC, mas que em um lamentável retrocesso, voltou com carga máxima no governo petista... E do que estaria eu falando? Desta máquina pública obesa, lenta e deficitária que está voltando a ser o Brasil, sem jamais deixar de ter sido... O processo se iniciou, mas retou interrompido... O Brasil voltou a ser um país caro, vide dívida pública interna recorde... O Brasil está voltando a ser um estado mal-prestador por excelência... E a promessa é de investimentos em educação (necessário) e aumento do bolsa família... Será que o PT está fabricando dinheiro como no filme: "O Homem que copiava"? Sabe-se que este modelo se mantém através de políticas públicas de aumentos e tributos com o fim de gerar o Estado do bem-estar social (Welfare State)... A sociedade suportaria aumento tributário neste já instaurado estado de quase confisco que vivemos? É que o Estado para ser prestacional tem que contratar, inchar a máquina, se tornando caro, lento, ineficiente, arrecadando mais do que gasta... O estado neo-liberal, que se mostrava um avanço inegável trazido pelo governo anterior perde espaço, pois este se baseia no estado mínimo, onde o poder público delega ao particular suas prestações, mantendo-se sob sua batuta a fiscalização através de agências reguradoras fortes, independentes e atuantes e não partidarizadas como às de hoje, verdadeiros cabides de empregos do PT e de aliados... Esta política se mostra incompatível com o modelo estatizante e centralizador de Lula, o mesmo das "prestigiadas" ditaduras da "América Latrina"...
Nossa inflação já inicia seu galope, ainda que o juro seja o mais alto praticado no mundo...
Primeira premissa: Para conter a inflação necessário juro alto;
Segunda premissa: O país precisa crescer;
Conclusão: inconclusiva...
O país não cresce com esse juro ou cresce pouco... Mas este juro alto não é justamente para conter a inflação? E por que os preços estão disparando e a inflação mostrando suas garras? Será que está se fazendo a política correta? Onde está a desoneração de salários, investimentos e necessidades básicas como alimentos, remédios e energia elétrica? Já sei... Só em janeiro, a partir da posse... Inclusive no que diz respeito a energia elétrica, esta ficará mais barata a partir da data que o trenó do bom velhinho for visto sobrevoando acima de nossas cabeças... O governo vai descumprir os contratos e baixar tarifas. e não apenas, cobrar investimentos das prestadoras, pois afinal o Brasil precisa crescer...
Nossa economia vai aos poucos perdendo sua fantasia, logo quando o clima de Carnaval já se percebe tão perto... É mais ou menos a sensação de uma criança quando percebe que papai noel não existe...
Nossa economia vai aos poucos perdendo sua fantasia, logo quando o clima de Carnaval já se percebe tão perto... É mais ou menos a sensação de uma criança quando percebe que papai noel não existe...
Este é o Brasil, um samba do crioulo doido feito de promessas e "despromessas", de mentiras e inverdades, de hipocrisia e ignorância social tocado feito gado e aproveitado por poucos...
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www.mosaicodelama.blogspot.com
Inteligentíssimo!
ResponderExcluirFui no Mosaico de Lama que o autor indicou e me impressionei. Os texto do Leonardo Sarmento são maravilhosos. Parabéns pelo dono deste site colocá-los aqui!
ResponderExcluirMeu caro Leo, Toda a boa vontade do governo se esvai quando se fala em gastos do proprio governo e nem falo dos Cartoes Corporativos que sao proibidos de divulgar. Veja a questao do Orcamento: o Congresso vota um orcamento com bilhoes e bilhoes para que o governo gaste mas nao determina em que? Isso deveria ser pre-determinado ou ficaremos o tempo todo correndo atras do prejuizo. Lula usou dinheiro do Orcamento para comprar um aviao de 95 milhoes de reais, para seu uso particular onde ele passou maior parte dos oito anos voando. Agora Dilma comprara outro aviao por 350 milhoes de reais e tudo com o dinheiro do orcamento. Questionei la no Twitter ao Senador Alvaro Dias e ele disse que os gastos sao prerrogativa do Presidente e que o congresso so interfere quando ele extrapola. Ora a compra desses avioes nao e extrapolar? Por que e que isso acontece e o Congresso nao interfere diante desse absurdo? Abracos, amigo, Tereza
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