Esta oração definitivamente não é em sua primeira parte abençoada por Deus ou pelo Cristo, mas é neste formato, em toda a sua amplitude, que o povo do Rio de bem espera bradar nesta série sem capítulo final... Fato é, que esta oração se revela inelutavelmente de conteúdo plurissignificativo e reveladora de conclusões diametralmente opostas...
Sem maiores rodeios desta verdadeira "panaceia desvairada", indo-se à questão nuclear, tratou-se de blindar as UPP's pré-eleições "de todo o mal amém"... Hoje, pós-eleições, percebe-se que a Ave Maria não estava tão cheia de graça como fizeram presumir e que não havia nos livrado de todo mal amém, que o fruto não era tão bem dito como se fez imaginar os desvalidos intelectuais...
No período pré-eleitoral aconteceu um verdadeiro "pacto de cavalheiros" entre o Governo Federal (banditismo oficioso), o Governo Estadual (apóstulo) e o banditismo oficial paralelo ao oficioso... Naquele período as coisas deveriam transparecer ineditamente sob controle, fruto de uma política de Segurança Pública "inovadora" e "revolucionária". Era o Estado pedindo licença para adentrar em território tradicionalmente inimigo sem reação, por ora aliado, uma realidade paradoxal e/ou utópica... Era uma espécie de passaporte para uma insólita realidade do deixa que eu deixo... Eu, poder constituído, com vossa anuência, penetro no seu espaço de controle sem dar um tiro; vossa excelência (o crime marginalizado) deixa, se deslocando para um espaço ainda não ocupado, sem ser preso... No local ocupado, deixem armamentos sucateados e uma quantidade de drogas barata para se apreender... Lá, onde penetrei, manter-se-á uma ordem planejada e midiática, seu modus operandi deverá ser alterado, desfile de armas só da polícia na presença da imprensa, o tráfico continua permitido, embora reduzido, só por detrás da "moita" e longe dos holofotes. Vocês receberão como contra-prestação, dinheiro público (sob a alcunha de investimentos) e liberdade total e irrestrita para traficar nos pontos ainda não ocupados, mas este "pacto de cavalheiros" valerá apenas até o fim das eleições para se dar continuidade ao populismo desejado...
Eleições findadas, cada um para o seu lado! A política de ocupação continua e passa a sufocar de forma progressiva à insuportabilidade. A subvenção do banditismo oficioso repassada para o apóstulo ao invéz de aumentar deve cessar, para que não vaze e cause um escândalo colossal e desmoralizante... Até as eleições, bandido bom não era bandido morto e nem preso, parte do "pacto"... Por isso, não há reclamações a se fazer de ambas as partes, as forças estão equilibradas, livres, e agora pós-eleições dar-se-á início a guerra... O momento agora é o da intimidação para mostrar quem realmente será celebrado como He-Man e quem encarnará a figura do patético Esqueleto deste desenho sem capítulo final... Uma guerra em campo aberto, nas ruas, onde um tiro (agora permitido) equivocado provoca a imediata reação de defesa institucional de seus aliados dos direitos humanos e dos hipócritas de plantão... Pós-eleição, dá-se enfim início a guerra como deve ser, com armas em punho sem conluio entre o Estado e o crime, ainda que esses papéis não sejam tão bem definidos... Agora, com o fim do "pacto", o crime não mais se evadirá de seus pontos se não houver uma verdadeira mobilização de forças, e a mentira da ocupação sem tiros descerá as raias da realidade... A partir deste momento dá-se início a ação da política de Segurança Pública, e será a partir deste momento que se poderá avaliar se esta política de ocupação não pacífica, provocadora da união das facções criminosas do Rio e constantes ataques ao asfalto (local onde o poder paralelo é, sempre foi e será segregado) trará os bônus prometidos sem os ônus pragmaticamente temidos por todos... Por certo, por discutível estratégia, as forças policiais vem procurando evitar o confronto, permitindo fugas para as comunidades vizinhas formando um processo de sufocamento tendente a insuportabilidade, mas o confronto será inevitável e isto o poder constituído já percebeu, por isso a estratégica convoação de todas as forças de segurança para o embate, pois é hora de mostrar definitivamente que o Estado é um só e que qualquer formação paralela deve ser exterminada... O embate direto dar-se-á ou não à depender da postura dos patéticos operadores do tráfico, o que se denotará das duas uma: A)Serem completos idiotas, estarão cometendo uma espécie de harakiri tupiniquim, sem a carga de nobreza do originário, é claro... B) De emblemáticos"cagões", entregando-se... Façam suas apostas... Certo apenas é que dar-se-á início as avaliações não das farsantes UPP's pré-eleitorais, mas das verdadeiras UPP's, de conluio rompido e raízes no plano de uma realidade fática... Enfim, dá-se início a guerra! Ou não?
MAIS CRÔNICAS COMO ESTA?
Muito bom o texto, vcs estão de parabéns!
ResponderExcluirVamos ver se o poder público vai parar. Se parar sem ocupar e prender nas demais comunidades dominadas pelo tráfico o trabalho vai ser incompleto e os ataques nas ruas vão retornar. O texto realmente é muito bom e diferente de tudo que li sobre o assunto.
ResponderExcluirBela análise!
ResponderExcluirParabéns!
Não comento em blogs ou sites, mas este texto merece ser elogiado.