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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

"BARBA" PODE FAZER CAMPANHA ANTECIPADA P/ DIL-MA

 
Lula não tem nem nunca teve receio de ser e de parecer politicamente obsceno. A única coisa feia, para ele, é perder eleição. O resto vale. Nesta quinta, falando a prefeitos petistas no ABC, defendeu seus companheiros mensaleiros — por que não? — e mandou ver:

“A resposta que a gente vai dar para eles é garantir o segundo mandato da companheira Dilma Rousseff. E se, em algum momento, faltar argumento para dizer por que que a Dilma tem que ter um segundo mandato, vocês falam: ‘porque o Lula foi melhor no seu segundo mandato, e ela vai ser melhor no segundo mandato’”.
Em primeiro lugar, há uma mentira factual aí. O segundo mandato de Lula foi pior do que o primeiro em muitos aspectos. Mas isso é o de menos agora. Ao fazer essa afirmação, este senhor busca transformar a condenação do mensaleiros  num ativo eleitoral. Para ele, a reeleição de Dilma valeria, então, como uma absolvição de criminosos.
Meus caros, é o feitiço do tempo! A minha primeira coluna na VEJA foi publicada na edição de 6 de setembro de 2006. Sabem como se chamava? “Urna não é tribunal; não absolve ninguém”. Qual era o ponto? Lula estava prestes a ser reeleito. O PT já havia posto na rua a tese de que acusar a existência do mensalão era um “golpe das elites e da mídia”. Como evitar o “golpe”? Votando no PT. Sete anos depois, a mesma coisa. Agora é a reeleição de Dilma que funcionaria como uma absolvição. Vivemos o Dia da Marmota petista. Notem que o texto poderia ter sido escrito há dez minutos, inclusive no que diz respeito à oposição, que diminuiu muito em tamanho. Reproduzo trechos daquele artigo, aqui: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-fala-obscena-de-lula-ou-urna-nao-e-tribunal/ 

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Encerro
Parece ou não um pesadelo? Sete anos depois, aquela mesma súcia está no topo do noticiário, dizendo as mesmas coisas, defendendo as ações criminosas de sempre, com os mesmos argumentos. Alguma coisa mudou em relação a 2006: a oposição é ainda menor e mais silenciosa. Fosse eu da oposição, faria dessa fala um ativo eleitoral. Os brasileiros têm o direito de saber que votar em Dilma, segundo Lula, corresponde a fazer uma espécie de defesa dos mensaleiros.
Por Reinaldo Azevedo

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